terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Uma banana no meio do caminho

Esquadrão bananense
Final de semana após o Natal fomos pra Búzios. Toda vez que a gente vai prá Buzios em família, já é sabido que vai rolar um barraco. Eu acho isso muito chato, mas família é isso mesmo, barraco atrás de barraco. Com certeza em todas as famílias do mundo rolam barracos, mas a gente sempre acha que na nossa é pior. O mais engraçado, se é que isso é engraçado, que normalmente os barracos acontecem no inicio da viagem e não no final. Se fosse no final a gente podia dizer que a culpa era da convivência mas nem é, por que não dá nem tempo de conviver! O climão se instala no primeiro dia e mais pro final já começa a vir um clima de, vamos dizer, faixa de gaza, sabe como é, ninguém invade o espaço por que se não leva tiro!
No dia do barraco eu fiquei na praia me lembrando do Augusto contando pro meu ex esse ano que a minha familia era meio doida mesmo, que tinha uma irma que um dia chegou chorando muito na praia lá em Buzios mesmo, e que ele, Augusto, ficou super preocupado pra saber o que tinha acontecido, mas que logo ele percebeu que nem eu, nem meu pai, nem minha mae, que também estavam na praia, estavam preocupados. Ele foi dar atenção a ela e ela disse a ele que tinha perdido a filha, que não sabia onde ela tava, e chorava, chorava. E ele mesmo disse: mas a sua filha não é aquela ali? Papo de maluco, eu já to super acostumada, e hoje em dia eu conto essas histórias pra frendy e ela morre de rir, e pior, tem sempre uma do lado de lá pra contar também.
No domingo o climão já estava passando e resolvemos ir na banana. Há muitos anos atrás, eu não tinha nem filhos ainda, fomos todos na banana, inclusive papai. Quando a banana virou, fomos todos pro mar. O problema foi subir de novo na banana lá no meio do mar. Não havia meios do papai subir, duas empurravam por baixo e duas puxavam em cima, ele se acabava de rir, a gente também ria, até que o cara da lancha resolveu vir e puxá-lo. Dessa vez papai não foi obviamente, mas fomos eu, Celi e as crianças todas. Na última queda, eu bati a minha cara na cabeça do anjo, resultado, vou romper o ano com um roxo no rosto. Mas valeu a pena! Lavou a alma com água do fundo do mar!

...and so this is christmas!

Onde está a baleia?
Aqui em casa no Natal com Alexandre, Manu e JP na barriga dela.
GD, eu, Sirufo e Audrey na festa do DPAV
Eu e meu time na festa do Rio
JM, Cris e eu na festa do Rio
Mães no Chico e Alaide
Novamente é Natal! E esse ano haja comemoração! Foi jantar aqui, jantar em SP, festa aqui, chopada de mães no Chico e Alaíde (que virou prosecada) e amanhã o penúltimo evento do ano que será jantar com Riba, Nata e Mascoutinho. Esse aí só acredito vendo. Vamos ver. Depois a noite de ano novo e...2010!!! Oba, oba, oba!!! Um ano novo, novos ares, novos bebês (da Flávia e da Manu) até os problemas são novos, pelo menos são outros, não é mesmo? Vou tentar postar uma foto de cada evento natalino, o de sampa já postei no pretinho básico.
O Natal aqui em casa é sempre uma data polêmica. Há alguns anos já faço o natal aqui em casa, pelo menos desde que voltei de São Paulo. Minhas irmãs vem e dependendo da saúde do papai, ele vem com a mamãe. Esse ano ele veio, ficou um pouquinho e depois foi embora. Valeu.
Os meninos ficam muito excitados, eles praticamente não se aguentam em ver os presentes na árvore sem poder abrí-los. Na tarde antes do Natal fui tomar banho e quando voltei eles estavam arrumando os presentes fazendo os montinhos de cada um - "prá ficar mais fácil mãe na hora de dar!". Filho anjo ainda acredita piamente no papai Noel. Já filho rei diz que não acredita, mas sei que ele tem dúvidas no final das contas. Eu sou uma pessoa que tenho orgulho de deixar tudo prá última hora. Adoro a adrenalina de ter que comprar vários presentes em pouco tempo, de não achar, depois achar...qual a graça de chegar no dia 24 e não ter nem um presentinho pra comprar?? Coisa sem graça...Enfim, esse ano me esforcei e comprei vários brinquedinhos na Big Apple. Achei que para eles não precisaria comprar mais. Até que na semana passada filho rei, o que acredita mas não sabe, pediu para fazer a cartinha do papai Noel. Filho anjo que ainda não escreve, também pediu. Nem preciso comentar que o que eles pediram não tinha nada a ver com o que eu tinha comprado. Ou seja, lá fui eu me aventurar em comprar novos brinquedos há uma semana do Natal.
Pedi a Natalia pra comprar um dos presentes do anjo, já que é afilhado dela, mas não deu certo. Começei a me preocupar quando ela falou que não tinha em lugar nenhum. Cheguei a pensar que ela não sabia o que era, mas logo vi que não era isso, não tinha mesmo o raio do jogo da baleia que espirra água em nenhuma loja do Rio. E olha que lá na Barra tem é lojinha de brinquedo. Fui em todas e nada. Entrei na internet e dei um busca geral: produto esgotado sem previsão. Cheguei em casa nesse dia e começei a preparar o anjo: "filho olha essa baleia eu acho que não tem mais prá vender". A resposta dele foi: "mãe mas esse brinquedo eu pedi pro papai Noel, não foi prá você. O papai Noel não compra, ele traz lá do Polo Norte no saco". Desnecessário comentar o desespero que se abateu sobre a minha pessoa.
Na terça antes do Natal fiz uma viagem pra SP. Fui no shopping que tem 3 mega lojas e também nada. A reunião que fui era em São Caetano. Estacionamos o carro e até chegar na empresa, tinha uma rua cheia de lojinhas, fui em todas...nada. Me deixaram direto em Congonhas, fui pegar meu check in e no meio do caminho tinha uma lojinha bem pequenininha. A vantagem de ser brasileiro é que a gente não desiste nunca! Perguntei já no descrédito e qual não foi a minha surpresa quando a resposta foi que SIM, NÓS TEMOS A BALEIA!!! A vontade que eu tive foi de pular e gritar na loja que nem no hexacampeonato. Mas me contive. Vim feliz da vida embora prá casa.
Outra boa história desse Natal foi a minha aventura na cozinha. Resolvi que eu faria um dos pratos. Aos poucos tenho me esforçado pra desenvolver esse lado, é difícil, mas eu tento ( já disse que eu sou brasileira né). Como Marelisa não come carne nem frango (pessoa fácil), resolvi fazer o salmão que comi na casa da frendy outro dia. Liguei pra ela e pedi a receita. Tão bonitinho ela falando prá mim "o segredo desse prato é embrulhar o salmão no papel laminado prá ele não ressecar". Parecia aquele papo de cotinha, deu até prá imaginar as duas com pano de prato amarrado na cintura e cabelo preso com lenço. Só tenho a dizer que meu salmão ficou uma delícia!! Todos comeram!! O pobre do chester nem foi tocado. Filho rei adorou, só não gostou muito quando alguém falou...Ih sua mãe agora já pode casar! A cara dele fechou.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Pretinho básico


Esse aqui não é um post. É a constatação que não há mesmo nada melhor e mais prático no mundo do que um pretinho básico...

Antonio veio ao Brasil


Depois de quase 6 anos que não o via, Antonio veio ao Brasil. Não veio de férias nem a trabalho. O que lhe trouxe aqui foi um motivo bastante desagradável, mas como temos que ver o lado positivo de tudo na vida, digamos que esse foi o fato de termos conseguido nos encontrar nos poucos dias em que estiveram aqui (ele e Asunción). Na quinta feira era festa da companhia, a qual não podia deixar de ir. Fui, apareci, tirei algumas fotos prá posteridade (é assim que se escreve?) e depois fui correndo encontrar com eles no lobby do hotel. Ficamos conversando por muitas horas, engraçado que depois de tantos anos ainda mantemos a mesma sintonia, principalmente nas piadas. Antonio continua mal humorado, como reclama, mas no final sempre dá aquele sorrizinho maroto. Foi ótimo ver os dois, quem sabe da próxima nos encontramos em Madrid.

E no meio do casamento, o hexacampeonato

Aqui já tinha tomado banho... Como diria Luciano Huck, "loucura, loucura, loucura"! Inacreditável que o Flamengo foi hexacampeão quando eu estava na Bahia. Aliás, eu devo ter sido baiana em algum momento da minha vida, muitas coisas boas me acontecem na Bahia, ou a partir dela. Quando eu marquei a viagem para Bahia, o Flamengo estava indo ladeira abaixo na tabela, tinha perdido pro Avaí, ou seja, esperança zero de estar entre os que poderiam ganhar o título.
Não é a primeira vez que eu estou fora no meu entorno esportivo em um grande jogo. A final da copa do mundo de 94 era no dia de uma viagem prá Chicago. Se o jogo tivesse terminado no tempo normal, teria conseguido ver tudo. Mas como foi pra prorrogação e penaltis não deu. Peguei meu táxi (ninguém se habilitou em me levar) e fui pro Galeão. Vi as cobranças numa micro tv e quando terminou estava abraçada com o pessoal da limpeza. Cheguei no dia seguinte em Chicago vestindo a camisa do Brasil, entrei na limo e tinha o Chicago Tribune com o seguinte destaque: "Worst World Cup Ever". Nunca esqueci. Criticavam o fato do jogo ter sido zero a zero e ter terminado em penalti. Gente ignorante. Xáprálá.
Continuando...por conta dessa história, algo me dizia que o Flamengo ia ser campeão, melhor, hexacampeão. Fui prá Bahia com minha bandeira e minha camisa brand new. 15 minutos antes do jogo, a nossa comida ainda não havia chegado no restaurante. Eu pedi licença às meninas e fui pro meu quarto ver o jogo. Alguém falou: vamos ver juntos? Não. Esse tipo de jogo eu prefiro ver sozinha. Cheguei em cima da hora, não deu tempo de tomar banho, pelo menos meu biquini era vermelho e preto. Me enrolei na bandeira que nem um sushi de alga e fiquei ali sofrendo.
Não vou relatar aqui o sofrimento todo, mas alguns momentos foram marcantes. No intervalo achei que esse negócio de sushi não tava dando certo, tomei banho rapidinho e vesti minha camisa, deixei a bandeira de sarongui. No segundo tempo quando estava empatado o jogo, Cris mandou uma mensagem dizendo que ela e Biba estavam torcendo pelo Flamengo. E eu respondi um palavrão (que eu não vou publicar aqui mas o sentido foi dizer que estava difícil...). Aí ela respondeu de novo: Biba está dizendo prá vc ter paciência, vai virar. Rapaz, deu 5 minutos e o Argelin marcou. Inacreditável! Ela ligou mas eu gritava tanto que nem ouvi o que ela disse. Logo depois chegou Fabi no quarto, o jogo não tinha terminado, fiquei com receio dela ser pé frio, mandei ela tomar logo banho. Ela ficou andando prá lá e prá cá...não entrava no banheiro. Eu tive que pedi: Fabi pelo amor de Deus entra nesse banheiro! Ela olhou prá mim e disse: Credo! Você tá esquisita, tô com medo de você, vou tomar banho.
Acabou o jogo e foi a coisa mais linda ver aquele Maracanã todo rubro-negro. Eu pulava de uma cama prá outra, gritava, chorava. Flávia ligou e enquanto falava comigo sobre o jogo, o irmão dela ligou de Curitiba prá dizer que a mãe dela estava no estádio vendo o jogo do Fluminense. Caraca Flávia tá a maior quebradeira lá no estádio! Ela muito calmamente me disse: pois esse é o ponto, peraí que eu vou ter que entender bem o que tá acontecendo.
Agora me diga você que é rubro-negro: havia alguma condição de não levar o manto sagrado ao casamento??? Não né. Os noivos adoraram!
Fiquei feliz pois tudo saiu bem pros cariocas, tendo sido o Mengão o grande campeão do ano. Muito triste foi ver algumas imagens do Leblon. Quando cheguei em casa na segunda a noite, filho rei me disse que tinha todos os tipos de flamenguistas na rua, tinha "até flamenguista morto". Chato né? A festa poderia ter sido só de alegria.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A micareta de casamento de Ariane e Rômulo

A despedida na feijoada A felicidade de Rômulo em ser hexacampeão! a emoção do casal Ari e RômuloAqui com Ernesto e Maria Eugeniaeu logo depois de jogar as flores no marAri e eu no luau Eli, eu e Ale no tuk tuk indo pro luau aqui Ernesto e Cris levantando na hora que chegamos no restaurante do Gomes Eli, eu, Sr Gerson e Fabi chegando na Praia do Forte Gente antes de mais nada quero avisar que esse é um longo post. Até por que como o próprio nome já diz, tenho que contar aqui todos os dias dessa micareta de casamento. Portanto se vocês não estão com paciência, não leiam. Passem aqui outra hora, mas não deixem de ler. São ótimas histórias.
Prá alguns que não conhecem, Ariane trabalha comigo há alguns anos. Ela é baiana, já morou em POA, em Sampa e sua última estada foi Madrid (mais uma glamourosa prá minha relação). Rômulo é espanhol, morava em Madrid, e o cupido que flechou os dois pelo jeito também tava morando por lá nessa época, assim tudo ficou mais fácil. Ari me disse uma das coisas que mais me marcou após a minha separação. Eu tava namorando ex-eleito já há algum tempo e disse a ela que embora eu gostasse dele, não era apaixonada, apaixonada, daquele jeito de perder o chão. Ela me olhou e disse: Patty isso não vai mais acontecer, a gente já tá numa idade que não perde mais o chão, não faz loucura (favor não confundir loucura com sexo selvagem), a gente vai gostar de outra pessoa, mas paixão não vai mais existir. Ari também era separada como eu e da mesma idade. Eu fiquei tão perplexa com essas palavras, afinal havia um certo sentido mesmo, e de repente achei que eu ainda vivia no mundo de Alice quase aos 40 anos. Ufa! Que bom que eu estava errada! Não por mim por que infelizmente não estou apaixonada por ninguém, mas por Ari que encontrou em Rômulo o grande amor de sua vida. E que amor!
Agora que já fiz um resumé de Ari e Rômulo, vamos dar inícios aos trabalhos, digo, as histórias da micareta de casamento. Micareta por que como baiano e espanhol são festeiros, o casamento durou exatos 3 dias, festa em todos eles. No blog do casamento (isso mesmo, eles fizeram um blog) Ari fazia menção às festas ibizencas, mas isso era pros espanhóis entenderem. Na verdade mesmo ela tinha que ter explicado que as micaretas nasceram na Bahia. Mas tudo bem, dessa parte nós nos encarregamos ao longo do casamento.
Esse casamento exigiu grandes preparações. Prá começar foi todo realizado na Praia do Forte, Bahia. As festas foram divididas em 3 dias da seguinte forma: luau as 6 da tarde em casa na praia mais linda do Forte (todo mundo de branco), boda com padre no jardim da pousada seguida de festa (e que festa!) e feijoada na piscina no último dia. Portanto foi necessário reserva antecipada de vôos, pousada, roupas para todos os dias etc. Um parentesis aqui que Fabi vai me matar, mas todo mundo já soube e agora preciso escrever...lá pelos idos de setembro quando começamos a falar de reservas, falei com Fabi prá dividirmos o quarto da pousada e essa comédia em forma de gente me disse que não ia dividir por que tinha certeza que estaria namorando na época do casamento. Como muitos aqui sabem, em setembro eu passei por aquele processo "extreme makeover", portanto se tinha uma coisa que eu tinha certeza é que não estaria com ninguém na época do casamento. Falei com Ari e acabei acertando tudo com Ale para dividirmos o quarto. Algum tempo depois Fabi ligou e disse que áquela altura (novembro) tinha mais esperanças de encontrar alguém no casamento do que antes dele. Aí foi uma confusão, transforma o quarto em triplo, depois Eliana resolveu ir, muda tudo prá dois duplos, fizemos tantas mudanças que eu considero um milagre não termos tido qualquer problema na pousada. Fecha parêntesis.
Não tinham 24 horas que eu havia chegado de NY, e já estava a caminho de Salvador. No aeroporto mesmo tiramos as primeiras fotos. Um motorista, Sr. Gerson, nos levou até a pousada. Coitado, ouviu tanta besteira, mas tanta besteira, que resolvemos tirar uma foto com esse santo. Tá postada aqui.
Assim que chegamos fomos prá praia encontrar o povo que já se encontrava lá. Vou postar uma foto muito legal aqui, no momento que chegamos ao restaurante do Gomes, dentro do projeto TAMAR, Cris e Ernesto levantando prá falar com a gente, ficou super legal! Comemos muito e obviamente bebemos bastante, até que alguém falou assim, gente vamos embora que já está quase na hora do luau, não vamos esquecer que estamos aqui no paraíso por conta do casamento.
Para o luau utilizamos um meio de transporte chino-baiano chamado tuk tuk, tambem vou postar fotos. No nosso tuk tuk Ale resolveu ajudar o menino e pedalar junto. No início foi toda empolgação. De repente bateu um vento e o vestido dela puft! foi lá em cima, ela falou pro menino, "moço não dá prá ficar pelada aqui no tuk tuk, né, eu tentei mas o senhor vai ter que pedalar sozinho".
Desnecessário comentar que o luau estava lindo!! Baianas fazendo acarajé, cocadas, um buffet maravilhoso, muita música sem axé por que embora estivéssemos na Bahia, Rômulo não curte. As vezes tocavam músicas espanholas, as vezes brasileiras. E os grupinhos se revezavam na pista conforme a nacionalidade. Todos de branco, andamos até o mar e lançamos as rosas brancas, voltamos prá casa, mais um pouquinho de dança e tuk tuk de volta pra pousada. Tinha um festival de jazz na praia do forte com Carlinhos Brown, os espanhóis foram, mas nós não tínhamos força e fomos todos mimi.
Dia seguinte, sol escaldante. Aquele café da manhã baiano com direito a tapioca. Eu tenho convicção que se morasse no Nordeste teria alguns quilos a mais. E fomos todos rumo a praia. Que delícia aquele mar quente, água limpa, cadeira com barraca, muito camarão, cerveja, fotos, estávamos ali sem dúvida alguma pelo casamento, mas aquilo foi um balsamo pra correria dos últimos tempos. Teve um pessoal que foi embora e aí chegaram os espanhóis que ficaram nossos amigos, eram 2 Fernandos e um Oscar, mas a essa altura a gente chamava todo mundo de Fernando prá ter mais chance de acerto. A Ida (que também trabalhou com a gente e nos últimos anos trabalhava em Madrid) conhecia bem eles e começaram uma conversa sobre alguém que não conhecíamos. Eles se referiam à pessoa com um nome em espanhol que não entendemos e aí perguntei o que era, a Ida respondeu: " é a mesma coisa que galinha". E aí começou um tal de contar história de um, de outro, a gente entendia metade, eles também, mas era tanta cerveja que mesmo que falássemos o mesmo idioma seria difícil capturar toda a informação. Um dos Fernandos me perguntou: como se chama o cara que fica com uma mulher aqui outra ali e não resolve com quem quer ficar? E eu com muita cerveja e muito convicta respondi prontamente sem pestanejar: filho da puta. Não precisou de tradução, ele entendeu muito bem.
Saímos da praia e fomos almoçar antes da preparação para boda. Eles almoçaram e eu fui direto pro meu quartinho assistir ao jogo do meu hexacampeão mengão, o qual não vou contar aqui, fica prá outro post, prá não misturarmos os temas. Vamos pular direto pra boda.
Há muito tempo não via tanta emoção num casamento. E pelo fato da história de Ari, os comentários dela e tudo que ela pensava sobre o amor, não poderia ser diferente. Os dois no altar de mãos dadas, olho no olho, jurando com tanta intensidade, tantas lágrimas, não deu prá segurar a emoção, ainda bem que eu tinha levado meu bandeirão do flamengo e pude enxugá-las. Perguntei à Rômulo se ele tinha time no Brasil, ele titubeou, falou do São Paulo, e antes que ele pensasse em algo mais, tirei uma foto nossa com a bandeira e disse a ele: agora você já tem time e pode provar!
No meio do casamento, um dos Fernandos, o qual Biba passou a chamar de pele vermelha (ele ficou bem queimado na praia) me surpreendeu como poucos. Foi ao centro da pista de dança, pediu o microfone, e ali na frente de tanta gente conhecida e desconhecida, falando em espanhol, falou de como Rômulo era seu grande amigo, como sentirá a sua falta, como ele estava ali naquela hora olhando para o casal e vendo uma única pessoa. Gente, que homem! Sem brincadeira, que atitude. Tão difícil pessoas com atitude, ainda mais em público, fiquei encantada! (acho que eu to meio sem referencia ultimamente).
Dançamos muito até quase 3 horas da manhã. A brasileirada acabada debandou. Eu e as meninas estávamos indo embora quando ninguém mais, ninguém menos que Fernando Pele Vermelha fez sua abordagem: Patrícia hombre no podeis ir a dormir, tenemos que bailar por toda la noche hasta que sea claro afinal Flamengo és el campeón! Eu olhei prá Ale e ela não pensou duas vezes. Vamu ficá!! Fabi foi deitar na espreguiçadeira. Eu e Ale dançamos com os espanhóis (tinham uns 40) até quase 5 da manha! O DJ foi embora lá pelas 4 mas os espanhóis não desistiram, começaram a cantar no gogó e era muito hilário por que eu e Ale não sabiamos nenhuma música, mas cantavamos os refrões. Tinha uma que era muito fácil, ficava só no "que si, que no, que si, que no".
O duro de dormir as 5 da manhã de uma segunda feriado na Bahia é que Rio e São Paulo trabalham normalmente e uma hora mais tarde, ou seja, as 8 da Bahia eu já tava atendendo o celular, completamente zonza. A feijoada foi rápida, quase todos voltavam neste dia. Estava deliciosa.
Bom queridos que aguentaram ler até aqui, posso dizer que amei essa viagem, o casamento, ser testemunha do amor de Ari e Rômulo, festejar, rir, chorar, não tem como esquecer, nem quero, ao contrário, quero lembrar todos os dias que o amor chega quando a gente menos espera.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Big Apple




Mal cheguei da festa fantasia, deitei e aí já tive que levantar de novo. Foi um domingo bem agitado: faz mala, almoça na mamãe, jogo do Flamengo e Corinthians. Quando vi já tava na hora de ir pro aeroporto. Não vi o jogo. Achei melhor. Eu tava muito tensa. Entrei no avião e daqui a pouco sentou ao meu lado um cara de gênero discutível. Começou a conversar. A aeromoça veio falar comigo se eu poderia trocar de lugar com o "amigo" dele, que estava na primeira classe. ÓBVIO! E lá fui eu prá primeirona, que nem o Vascão (não deu prá perder a piada). A primeira vez na primeira a gente nunca esquece. Tem mesinha pra computador, as cadeiras são separadas. Eu vi que elas giravam. Fiquei tentando girar mas não consegui. Eu observava os outros prá ver como fazer, mas de um insucesso total. Eu tentava discretamente prá ninguém perceber, e numa dessas olhei pro lado por que tive a impressão que o cara ao lado estava me olhando e obviamente sacando toda aquela incompetência. O cara era um barbado, barbado mesmo. Simpático. Me deu até a impressão que eu já o conhecia de algum lugar. Na hora que o vôo chegou em São Paulo, o barbudo levou as pernas retinhas junto à cabeça, tipo yoga total. A aeromoça veio e entregou um violão prá ele e aí minha ficha caiu: ninguém menos que Sting viajou ao meu lado do Rio prá SP. Se o Raoni tivesse com ele teria sido mais fácil reconhecê-lo. Mas se o Raoni estava no vôo, não era na primeirona. Sabe como é esse povo né, vamos defender os índios, a Amazônia e o aquecimento global, mas na hora de pegar o avião vai cada um prá sua classe...
NY estava gelada. Não tinha neve e nem precisava. Horas prá chegar do aeroporto até o Hotel. Foram 3 dias de conferência, os primeiros 2 foram pelo UBS e o último pelo Goldman Sachs. Muitos investidores, aquela batida já relatada aqui anteriormente. Chefa se saiu muito bem. De vez em quando o baianês emendava o inglês, eu falei prá ela: vc tá falando "storage" ao invés de falar "story of". Mas quem conhece sabe o que ela disse né: não é isso não darling, é que eu falo rápido e aí sai storage...Raimar olhava prá mim e ria...o importante é que todo mundo entendia. Eu falei pouco como sempre, e falei menos ainda depois da merda (sorry mas não tenho como expressar de outra forma). Não vou poder contar aqui obviamente mas em resumo depois de Cris e Raimar dissertarem toda uma argumentação prá um tema, eu fui lá e com menos de 5 palavras dei a arma pro bandido, trocando em miúdos. Such is life já diria Ernesto.
Não nos sobrou muito tempo prá nada então aproveitamos prá comer bem. Fomos no Porter House daquele shopping perto da 60, em frente ao Central Park, jantamos com Biba e Gabriel lá. Fomos também almoçar num italiano ótimo ali na 50, Porceli. A noite fomos no Armani restaurant, super lindo e chique, mas a essa altura nós já estávamos acabados. Outro dia e aí fomos almoçar no Rosie O Gradys e jantar no Serafina (ou será Severina, agora já não sei). Enfim comemos super bem. Estávamos lá no dia da inauguração da árvore do Rockfeller Center. Acreditem a inauguração da nossa árvore na Lagoa é bem mais organizada. É um tal de fechar rua daqui dali, demos uma super volta prá chegar no hotel.
O difícil dessas viagens é que embora o fuso horário seja prá trás, o que é bem mais fácil prá acordar, as pessoas ligam prá você na hora normal que ligariam, ou seja, 5 horas da manhã de lá eu já tava no telefone. Difícil descansar. Mas foi ótimo, não fui prá lá prá descansar mesmo, fui prá ralar. Valeu, ready to go again!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Chapeuzinho Vermelho

Carla, eu, Maria e Liana
As aniversariantes e eu
Uma das coisas mais legais na vida dos nossos filhos é que eles fazem amigos, desde pequeno buscam aqueles que tem afinidade. Isso não tem uma interferência nossa. Nós, pais, até podemos tentar, direcionar prá aqueles que achamos "bons" para os nossos filhos (é isso mesmo, nós pais somos bastante preconceituosos), por exemplo, os meninos são muito amigos do JP, filho da frendy. Poderiam não ser, mas são. Tanto eles como JP são capazes de abrir mão de passeios com outros amigos do dia a dia, prá ficarem juntos. Eles fazem amigos e naturalmente nós, pais, nos vemos implicados a conhecer e conviver com os pais dos amigos dos nossos filhos, com os quais nós também desenvolvemos ou não alguma afinidade. Não sei ao certo por que, mas com os pais da turma do filho rei tenho uma super hiper afinidade, algo que já não acontece com a turma do filho anjo, por mais que eu me esforce. Por conta dessa afinidade, hoje tenho pessoas queridas que fazem parte do meu circulo de amizades. Essa bela introdução foi pra contar que no final de semana retrasado três mães resolveram dar uma super festa a fantasia para comemorarem os aniversários delas, sem direito a levar criança.
A festa foi numa casa lá no alto da gávea. Alto mesmo, entre a escola americana e a Rocinha. A casa é um espetáculo! Piscinão, entrada da sala toda em pedra, escadaria de madeira, fora a superprodução, com direito a carrocinha da Genial e sacolão do biscoito Globo. Dois dias antes da festa, começou a minha jornada em busca de uma fantasia. Eu não vou com muita frequência em festas a fantasia. Pra falar a verdade, essa deve ter sido a primeira da década, ou seja, frequência baixíssima. Importante comentar que isso hoje é uma indústria. Lojas e mais lojas de aluguel de fantasia, cada uma mais original que a outra. Precisava de uma urgente, então fui ali perto da empresa mesmo e carreguei comigo Ariadne, a fofa que trabalha comigo que tem um alto astral maior que o Cristo Redentor. Na loja uma tarefa difícil: 1500 fantasias e uma hora de almoço pra matar o ponto. A vendedora (com um mau hálito dos diabos diga-se de passagem) foi me fazendo perguntas tipo prá traçar o meu perfil (atenção sem piadinhas aqui viu??): vai sozinha? Quer ficar sozinha? Vai dançar? Tem vergonha? e por aí vai...depois do meu perfil traçado, ela me trouxe 5 fantasias: Branca "putenga" de neve, espanhola (morrendo de calor no Rio de Janeiro), pirata, dançarina de can-can e chapeuzinho vermelho. Experimentei todas e a mais fofa foi chapeuzinho vermelho! Uma graça, vou postar aqui a foto prá vocês verem que eu não tô mentindo. E depois essa fantasia já facilitava a vida, concordam?
No sábado fui prá festa de táxi. O motorista quando me viu já achou graça, obviamente eu tive que explicar que era uma festa fantasia e que aquilo não fazia parte do meu guarda-roupa tradicional. A festa estava um luxo!! Melhores fantasias: uma branca de neve decente, digna de tomar conta de 7 anões, e não de querer dá prá eles todos ao mesmo tempo (caso da fantasia no parágrafo anterior), Príncipe Jedi e Princesa Léia, porteiro, e o meu chapeuzinho vermelho, claro. Tinham outros chapeuzinhos lá, mas o meu era o mais original. Encontrei com um amigo da época do Sacre Couer, Waltinho Oaquim, que foi muito bem fantasiado de árabe. Ele disse que de toda a minha produção o que estava mais original era o sapato. Logo o sapato que é meu, não tem nada a ver com a fantasia...vai entender né?
Foi uma noite de muita dança, muito prosecco. To até animada pra fazer isso nos meus 40 anos, agora mais próximos do que nunca.

Estou convencida que...

...nunca antes na história desse blog eu fiquei tanto tempo sem escrever, tendo muuuuita coisa prá contar! Eu adoro quando os amigos falam que eu não atualizo mais o meu blog, que não escrevo as histórias tragi-cômicas, enfim, adoro quando me lembram que esse pedacinho da web é especial não só para mim. Bom meus queridos preparem-se para os próximos posts, vou contar aqui a saga dos últimos 15 dias, nos quais essa aqui que vos escreve viveu seus dias de glamour (finalmente), rodou Nova York-Praia do Forte - São Paulo em menos de 10 dias, tornou-se hexacampeã brasileira e algumas outras conquistas que talvez não possa entrar em detalhes, vocês entendem...Guenta Coração!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

2 Encontro das Garotas de Ipanema

Estou eu mais uma vez aqui no aeroporto de congonhas aguardando pelo meu voo para retornar ao lar feliz, e mais uma vez o meu voo está atrasado ou por que chove no Rio ou por que chove em Sampa, it doesnt matter, o fato é que estou eu, o laptop e minha plaquinha de dados. Então não me resta muito a não ser navegar na web. Entrei no meu blog e me lembrei que não comentei aqui o segundo encontro das garotas de Ipanema. O evento em sua segunda edição não teve o mesmo nível etílico que predominou no anterior. Até por que eu estava recén saída da faca, frendy com aquele barrigão de seis meses e Dani não tinha condições de passar novamente pela porranca que a acometeu da última vez...Mas nem por isso as histórias foram menos engraçadas.
A primeira história não tínhamos nem chegado lá. Frendy foi prá casa da mãe dela deixar PP e pediu prá eu dar uma carona prá ela no meu táxi (viu como a gente já aprendeu e não vai mais de carro). Como a casa da mãe dela é justamente entre o ponto de táxi e a minha casa, liguei pro taxi e pedi pra ele buscá-la primeiro, e depois me pegar. Liguei pra ela e avisei: "A cooperativa do táxi é Posto 6". Eis que ela me aparece aqui num táxi chamado "Eco Taxi". Na hora que eu entrei no táxi, ligou a moça da cooperativa dizendo que o táxi (o que eu chamei) estava lá embaixo da casa da mãe da frendy. Resumo da patetada: um outro morador do prédio da mãe dela chamou esse Eco táxi. O cara do táxi falou prá ela entrar, mesmo ela falando que era Posto 6 a cooperativa. Ela resolveu entrar e a confusão tava feita. Ainda por cima falei pro cara entrar numa rua, que não dava pra chegar no Bar, teve que dar uma volta. Eu ainda falei "deixa que a gente vai a pé daqui", no que foi prontamente repreendida pela frendy "tá doida! eu com esse barrigão, você com a barriga toda cortada e chovendo não dá prá ir a pé! vamos dar a volta".
Dessa vez fomos no Bar Lagoa. Não bebemos nada. Nada em comparação ao que bebemos na primeira vez, óbvio. O papo ficou em cima da questão das escolas das crianças. Dani falou também da festa de 10 anos de casada, que a maioria perdeu. Depois vi as fotos no facebook. Aliás, eu também entrei no facebook, mas não conheço quase ninguém. To precisando melhorar o meu networking...
Fomos embora com Nata, que foi a única a ir de carro. Foi muito bom ter ido com ela, acabei ensinando que não podemos parar no sinal vermelho as onze da noite!
O terceiro já está marcado. UAU!!! Chamaram meu embarque!!! byebye

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio 2016

Eu não poderia deixar de escrever sobre as emoções deste 2 de outubro de 2009!!! Já é quase outro dia e todas as vezes que vejo as imagens do momento da vitória fico emocionada! São lágrimas e lágrimas! E o Lula, hein? Vamos combinar, o cara tem um pé quente que ninguém mais tem. Conseguiu uma copa do mundo e uma olimpiada, a primeira de todo um continente. Me emocionei com o choro dele. Aquilo foi quase uma catarse e foi sincero.
Agora já penso em inscrever filhotes para trabalharem nessa ocasião. Eles não entenderam muito. Filho rei disse que quer ver na televisão e ir ao estádio, mas não quer competir. Já filho anjo acha que pode correr, mas não vai ter idade. Os dois não entenderam quando as professoras começaram a gritar Brasil, Brasil no meio da sala, adoraram a festa!
Conheço muitas pessoas que não apoiam a realização de uma olimpíada no Brasil, seja qual for a cidade, por conta dos custos astronômicos de um evento desses. A olimpíada vai custar 28 bilhoes. Isso dava pra resolver muito problema social que temos por aqui. Se tudo fosse investido em educação, acho que dava pra ter pós graduação em Harvard no currículo como condição sine quae non. Se fosse investido em saúde, teríamos hospitais super modernos em lugares que hoje não temos nem posto avançado de atendimento. E, se finalmente esse dinheiro todo fosse investido em alimentação, dificilmente teríamos famílias comendo palmas no sertão. Fora que algumas cidades como Montreal, Barcelona foram quase a falência após a realização de uma olimpíada. Levaram anos para colocar as finanças em dia. Li que muitas tiveram "recessão" após a realização do evento por que diminuiu muito o interesse pela cidade.
No inicio eu senti uma culpa grande de pensar que queria muito que o Rio fosse sede dessa olimpíada, e que o Brasil fosse sede de uma Copa do Mundo. Por que não investir no país, por que não evitar o sofrimento das pessoas. Mas depois pensei: por que não fazer os dois? Quanto um evento como esse pode ajudar a cidade a eliminar alguns outros problemas? Resolver questões como transporte, segurança. Quanto vai ser gerado em empregos? São muitas perguntas e as contas são difíceis de fazer. Agora, a emoção que senti hoje, o orgulho da belíssima apresentação do COB, cenas únicas como a emoção de Pelé e Guga, o choro do Lula, a festa em Copacabana, isso tudo me fez ter certeza que merecemos essa chance! Rumo a 2016!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aquim, Hermés, trés chique

Estava euzinha nesta segunda feriado em casa e chega uma mensagem de Alex: "Estou de férias no Rio, vamos jantar amanha?". Conheci o Alex no jantar de final de ano que Ernesto ofereceu ano passado, ele foi com Melina. Fomos degustar no D.O.M. Esse jantar foi de muita emoção. Foi a primeira vez que Ernesto nos falou oficialmente que ia embora em 2009. Ele chorou e, óbvio, eu também. Depois desse jantar, Alex veio uma vez ao Rio mas não conseguimos nos ver. Dessa vez deu certo. Eu confesso que quando vi o email e a quantidade de mulher copiada, fiquei assustada! "Vai ser a maior roubada!", mas acho que a Melina ia gostar que eu fosse então lá fui eu, afinal, amigo de amigo meu, meu amigo é.
Alex vive la vida loca! Ele trabalha prá Hermés Paris em Nova York e veio ao Brasil exclusivamente para a inauguração da primeira loja Hermés do país no shopping Cidade Jardim em São Paulo. Gente isso que é glamour né?? Bem diferente de pegar um avião pro outro lado do país pra discutir regra de comissionamento com agente credenciado, mas como já disse aqui antes, cada um tem o glamour que merece, e eu não to podendo reclamar, estamos combinados? Como a loja só inaugura no próximo domingo em São Paulo, Alex passou uns dias aqui na cidade maravilhosa. Voltando ao jantar...marcamos no Aquim, ali no final do Leblon. Logo quando cheguei, já tive uma boa surpresa: a mesa era apenas para seis pessoas o que indicava que aquele mulherio todo estava bem reduzido, em proporções passíveis de conversa. Eu fui a primeira a chegar com Alex. De repente chegaram umas 5 pessoas ao mesmo tempo: 2 casais e uma sozinha. Os casais não se conheciam, a mulher sozinha não conhecia ninguém, assim como eu, e todos só conheciam o Alex. Então ele ficou meio dividido na atenção, algo muito natural. Essa moça que estava sozinha sentou na minha frente. Fernanda e Bruno (agora já são praticamente íntimos) sentaram ao meu lado e eu fui cumprimentá-los...NIQUI eu olhei pra frente, a moça já não estava mais. O Alex falou que ela resolveu ir embora. Pessoa esquisita. Tava toda arrumada mas eu logo percebi que ela queria atenção full do anfitrião, e não tava a fim de fazer novos amigos. Aqui um parêntesis: Sandrix Khadija sempre diz que não gostava muito de mim antes da nossa aventura marroquina (sim antes, por que agora ela me ama!) por que segundo ela eu "escaneava" todo mundo de cima abaixo. E ontem eu achei que isso é verdade mesmo. Mas e daí? Se passando scanner já aparece cada figura, imagina se não passasse!! Fecha parêntesis. Voltando novamente ao jantar... ai que delícia conhecer gente nova! Ouvir novos assuntos, outras perspectivas. O outro casal, Fernanda e Joel, super simpáticos e olha só que mistura: ele, nascido em Londres, criado em Barbados, pai londrino, mãe francesa da Martinica. Ela, brasileira. Conheceram-se num cruzeiro nas ilhas gregas, ao melhor estilo love is in the air. Uns fofos, trés exotique! A outra moça chegou mais tarde, ela falou o nome mas eu não lembro, aliás lembro que ela falou e eu ainda tentei fazer leitura labial, mas não deu certo, já tinha tomado toda a minha caipiroska. Falamos sobre muitas coisas e obviamente o tema Engenho veio à tona. Percebi que eu já to curada. Quebrada, mas curada, em relação ao tema. Falei muito, nossos planos, nossas aulas de arte, teatro, yoga pra criança, todos encantados. Eles não tem filhos então não conheceram. Veio o assunto Hermés. Vocês sabiam que uma bolsa hermés pode custar 4 vezes mais que a Lulu mais cara??? (Lulu é como chamamos as Louis Vuitton). Eu não sabia e pelo jeito não vou saber tão cedo. As bolsas Hermés são feitas na França, são hand made, couros de crocodilo, lagartixa, não são como as Lulus que são feitas na China, Indonésia. Aprendi isso tudo ontem. Existem filas de espera para as bolsas. Tem um modelo chamado Birkin que é uma coisa, as pessoas esperam até 2 anos prá ter a bolsa, no matter what! Voltando pela última vez ao jantar...como resistir aquela ligação dos meninos pedindo pra quando eu chegar acordá-los prá dar um beijo de boa noite...alguém achou melhor pedir a conta e foi na medida certa. Muitas risadas, boa conversa, excelente comida.
Cheguei em casa, dei aquele beijo nos meus gostosos e reparei que a Elle e Vogue desse mês já estavam lá. Adivinha qual era uma das matérias da Elle? Hermés chega finalmente ao Brasil! E contando todas essas histórias que contei acima, da fila de espera, do glamour, do preço, dos modelos e da expectativa pra inauguração em SP next sunday. Ai gente eu to ou não to "in"?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ao vivo no Nordeste

Foram 2 dias intensos e agradáveis ao mesmo tempo, se é que isso é possível. Saímos do Rio na terça à noite rumo a Fortaleza, chegamos de madrugada. Dia seguinte a noite, novo rumo: Recife e finalmente de volta à cidade maravilhosa. Depois que minha amada chefe fez Londres-Amsterdam-Nova York- Califórnia em 4 dias, vamos combinar que tava até fácil. A sutil diferença é que ela teve 2 ou 3 reuniões de apresentação, e euzinha tive dois auditórios repletos de gerentes de conta e agentes credenciados cheios de dúvidas, indignações etc. Ok. Cada um tem o glamour que merece, não é mesmo?
Na terça à noite, como iria viajar, resolvi sair umas cinco e meia e buscar filho rei no futebol. Tô começando a notar que essa coisa de viver na corrida maluca me deixa bastante entusiasmada! O voo era as 9 da noite, então poderia chegar até 8 e meia. Assisti o futebol, fiz a média com o filhote, fui pra casa com ele, jantamos, tomei banho e peguei o táxi pro Galeão. No meio do caminho me ligou pela primeira vez a Cendiê, gerente de Fortaleza, se oferecendo pra nos pegar no hotel no dia seguinte. Fiquei de ligar prá ela depois pra dizer qual hotel estaríamos. A ligação dela foi a grande sorte que tivemos, foi o que evitou de chegarmos os 4 (eu, henry, marquinhos e monica) de madrugada em Fortaleza sem saber em que hotel ficaríamos, isso por que NINGUÉM se lembrou de imprimir o voucher do hotel. Aí tivemos que acessar a véia (De) e finalmente pude passar o hotel para Cendiê. Fiquei super curiosa pra saber da onde vem esse nome dela: será que é francês? Ou será que era a junção dos nomes dos pais? Cenira e Diego? Jansen e Dieclécio? Marquinhos implorou pra eu não perguntar isso pra ela na frente dele, e realmente não perguntei. Até por que depois de umas duas horas de reunião com ela, passamos a chamá-lá de "Sem Dinheiro"... As reuniões tiveram um clima pesado mas a nossa equipe tá bem especializada nesse jeito Patrícia de "vamos resolver", e a coisa foi bem. O ápice nesse sentido não foi Fortaleza, mas Recife. Saímos deste último de um auditório repleto, após horas e horas de apresentação, discussão, etc, debaixo de uma salva de palmas, puxadas por um senhor muito simpático. Mas entre Fortaleza e Recife, fomos pegar o avião. Estávamos cansados da puxada. Chegamos no check-in sem bagagem e a (pobre) da moça olhou pras nossas malas e falou assim:
- Eu acho que essa mala aí não vai poder ir, tem que desp...
Eu não deixei nem a coitada completar a frase...
- Todas as malas vieram com a gente no avião que veio do Rio, e todas vão ter que ir agora, a gente tá sem tempo, tem que dar, o que mudou? Por que? Como? Isso não é justo!
A mulher ficou em choque com a minha, digamos, indignação precoce e disse:
- Calma, calma, calma, eu só disse que tenho que ver, vamos ficar calmas...
Eu percebi que passei um pouco do tom. Olhei prá trás e estavam Henry, Marquinhos e Monica me olhando boquiabertos. Não me restou outro comentário..
- Ai gente, acho que eu tô meio estressada...esse bando de reunião, avião prá lá e prá cá, e o pior de tudo, é ter que pegar avião com henry.
Sem brincadeira, eu não pego mais avião com Henry. Ele é muito uruquento. O voo do Rio prá Fortaleza balançou o tempo todo. Eu cheguei a ficar enjoada. Fora o frio dentro do avião. O voo de Fortaleza pra Recife foi bem até a aterrisagem: ainda bem que a pista de Recife é do tamanho da cidade, por que se fosse Congonhas a gente tinha parado na Marginal! Ele com esse cagaço que tem de voar, fica de olho em todas as manobras do piloto. Qualquer balançadinha, ele põe a cadeira na posição normal. Marquinhos ficou tirando onda com a cara dele: "Se o avião cair, não vai adiantar a sua cadeira estar na posição normal homem de Deus!"
Como eu disse no início, foi agradável e intenso ao mesmo tempo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

1 Encontro das Garotas de Ipanema

Depois de muitos e muitos contra tempos, agendas lotadas, viagens, cirurgia de vesícula, gripe suína e etc., finalmente conseguimos reunir as "garotas"(tá, tá, tá, você aí que é um leitor muito engraçadinho...estamos naquela faixa etária 35-39) de Ipanema na pizzaria do Alessandro e Frederico. A idéia é que todo mês façamos pelo menos uma vez esse encontro, sem maridos, namorados, filhos e afins, só a gente e essa nossa capacidade de falar m... por segundo, completamente potencializada pela ingestão de álcool, em níveis não aceitáveis pelas blitz da lei seca! Mas ok, os táxis estão aí prá isso mesmo, não é? Só temos que lembrar da próxima vez e não ir de carro. Como esse foi o primeiro encontro, ainda estamos aprendendo.
A noite foi uma delícia, histórias velhas, histórias novas, histórias e mais histórias. Nós nos divertimos muito. Nós e também todos os garçons do restaurante que ficavam sorrateiramente próximos a nossa mesa e se acabavam de rir a cada besteirol lançado ao ar. Foram uma, duas, três garrafas de vinho tinto zeradas, o pouco que sobrou teve destino certo no casaco branco da Sandrix, consequencia do nosso super hiper mega abraço de bêbados ao final! Há que se ressaltar a pizza M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A que comemos, a qual obviamente não me lembro o nome, mas sem igual. Adoraria contar aqui detalhes da noite mas infelizmente estes são proibidos para além do nosso clã, com prejuízo de multas e sanções. Falamos sobre muitos assuntos, mas sou muito sincera em afirmar que o tema SEXO liderou o ranking, principalmente do meio pro final, quando já não tínhamos muitos neurônios em pé. 2 maridos ligaram e os 2 desligaram na nossa cara. 1 filho ligou pra dizer que o pai estava dormindo no sofá. Tudo foi maravilhoso! Mas infelizmente não podemos fazer novamente o encontro lá por 2 motivos: digamos que nossas histórias já são conhecidas por todos que lá trabalham, e talvez o principal, a escada prá ir ao banheiro é simplesmente absurda, parece o monte mulange.
Infelizmente a falta de profissionalismo imperou e ninguém se lembrou de tirar uma foto, ainda que com o celular (logo eu falando isso...), portanto não tenho como apresentar os registros oficiais, mas pensando bem, é até melhor! Quem sabe no próximo, né? Já tem data e lugar marcados. Just wait!

A verdade, verdade, verdade

Vocês já tiveram aquela sensação de que apenas você sabe como aquela pessoa é? As qualidades e os defeitos. Não é esquisito quando outra pessoa te diz exatamente aquilo que você sabe, mas que nunca compartilhou com ninguém. Como se essa pessoa estivesse lendo o que passa na sua cabeça, e dizendo pro mundo algo que você julgava que só você sabia. Isso é tão estanho. É um choque de realidade. A gente leva um tempo pra digerir, mas digere. Na verdade, verdade, verdade mesmo, nada é novidade, somente o movimento do som é inverso: não sai mais de você prá fora, mas de fora pra você. Papo cabeça.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mais um filho


Epa, epa, epa...eu não fiquei grávida, não tive outro filho, mas ganhei um grande presente: ser madrinha de uma bolinha gorda muito fofa e gostosa chamado H. Gael. A madrinha mesmo é a irmã da Nata, eu sou madrinha de consagração. No caso dos meus filhos, quem realmente dá atenção a eles são as madrinhas de consagração, as madrinhas oficiais sumiram no mundo! No dia do batizado ele foi um príncipe, prestou muita atenção ao padre e nem se importou com a água na cabeça dele. Agora, verdade seja dita, ele só chorou quando passou do colo da Virgínia pro meu. Ele gritava, gritava. O padre olhava pra mim e falava o que eu tinha que repetir no microfone, eu não entendia nada por que H. gritava e chorava. Mas no fim tudo acabou bem. Depois fui pra casa com eles, fui ajudar a trocar a fralda e levei literalmente uma mijada! Todos batizados!

Samba Social Clube

Na terça feira fomos eu e Marelisa ao VIVO Rio pra assistir a gravação do CD do Samba Social clube, em homenagem à rainha do samba, Beth Carvalho. Foram vários convidados: Caetano Veloso, Casuarina, Moinho, Arlindo Cruz, Diogo "lindo" Nogueira, Moysés Marques (que veio do meu lado no voo horas antes) e outros tantos. O lance de um show assim nesse estilo gravação, é que TODOS cantam a mesma música duas vezes. Como Diogo Nogueira, banda moinho e a propria Beth Carvalho, cantar duas vezes foi um balsamo! As músicas eram ótimas! Agora tinha uma galera que não dava nem pra ter cantado uma única vez...foram 4 horas de show, saímos de lá quase uma e meia da manha e, como sempre, eu e Mary pagando mico de não ter dinheiro pra pagar o valet!! Santo dr. Arilo que estava em nossa mesa e se comoveu com a nossa história e evitou que ficássemos para lavar os pratos. Ainda nos deu um troco pro ladrão.

Salve Jorge

Domingo passado foi aniversário do Padre Jorjão e ele mesmo anunciou isso no início da missa. Fora isso e a presença de dois padres europeus, a missa transcorreu normalmente como todos os domingos. No final achei que todos cantariam o velho e bom parabens pra você, mas obviamente Jorge é uma pessoa, digamos, divinamente especial, então o que se ouviu em uníssono foi...eu tenho tanto pra lhe falar/mas com palavras não sei dizer/como é grande o meu amor por você!!! Foi emocionante!!!

sábado, 18 de julho de 2009

Desconstruindo Patrícia

Esse é um post que pensei várias e várias vezes se deveria ser publicado. A dúvida estava muito mais em será que vale a pena falar nessa profundidade aqui, e isso acabar sendo lido e mal interpretado por algum leitor. Mas depois de muito refletir eu concluí que a esta altura do campeonato (quase 2 anos de blog), quem ainda lê é por que tá bem por dentro da minha vida. Desde aquele dia fatídico em que o comissário de bordo do vôo de Miami para San Francisco fez o favor de me avisar, que havia desaparecido um avião que saíra do Rio na noite anterior, um click se deu na minha cabeça. Uma sensação de fragilidade, de que a vida pode acabar e você nem saber. Tudo pode ser interrompido e quantas coisas podem ficar mal resolvidas, mal explicadas. A vontade que eu tive foi pedir pra parar o avião para que eu pudesse descer. Como isso não dava, então o jeito foi tentar sobreviver as 3 horas restantes do voo. Mas foi impossível não pensar em tudo que eu vivi até aqui, o que é importante, o que posso fazer daqui pra frente pra que a minha vida tenha mais e mais momentos felizes, momentos importantes, o que posso fazer pra deixar aquilo que me traz tristeza, me traz frustração prá trás. Tem uma música do Nando Reis (tinha que ser né), acho que é "Por onde andei?" que ele fala mais ou menos assim: "Como um dia que roubaram o seu carro/deixou uma lembrança que a vida é mesmo coisa muito frágil/uma bobagem uma irrelevância/diante da eternidade/do amor de quem se ama". E isso que parece tão simples, é tão difícil viver no dia a dia. De dar o valor certo que as pessoas e as coisas têm. Mas uma vantagem sempre tem: NUNCA é tarde pra recomeçar. E isso to fazendo bem direitinho. Hoje eu não consigo fazer sozinha, e isso é tão importante quanto querer recomeçar, pedir ajuda pra reconstruir. E nenhuma reconstrução é inteira quando não tem o processo inverso, a desconstrução. Talvez seja o momento mais difícil, desconstruir pensamentos, sentimentos, atitudes, sem dúvida muito doloroso. Mas é tão bom pensar no que vai ser reconstruído, que vale a pena. E agora to adorando viver isso.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Uma despedida sem precedentes

Na última sexta feira foi a festinha de despedida do Dr. Escobar aqui da empresa. Depois de sessenta e tantos anos de vida, ele resolveu, segundo ele mesmo, aposentar de vez! O meu contato com o Dr. Escobar nunca foi muito frequente. No inicio, quando ele veio do RS prá cá, tivemos mais contato por que eramos ambos atuando para o Rio e ES. Depois eu fui pra SP e ele ficou por aqui cuidando do resto do Brasil. Mas sempre gostei muito dele, a calma, senioridade, tranquilidade e obviamente o conhecimento "juridiquês" sempre fizeram dele uma pessoa diferenciada.
Pois bem, na sexta fui despretensiosamente pra festinha, contando os minutos pra ir embora já que era meu dia com los chicos. A equipe dele fez um filme com diversos depoimentos. Depoimentos demais pra falar a verdade. Foram quase 50 minutos de "que vc seja muito feliz, vamos sentir sua falta etc etc" o que pra ele foi sem dúvida uma grande homenagem, mais do que merecida. Eu pensei em sair no meio do filme mas resolvi ficar e ouvir o que ele diria ao final. Ainda bem fiquei. Vou tentar reproduzir aqui parte das memoráveis palavras dele.
"Depois de tantos anos, eu já tinha mais de 50 anos, me chamaram pra vir pro Rio trabalhar aqui com vocês. Eu perguntei por que, por que eu, o que vocês esperam de mim lá? E aí me disseram: que você seja o que é, verdadeiro! Seja somente isso: verdadeiro. E o resto se adequa. Essa sempre foi a base da minha vida, das minhas atitudes. O mundo não é o que ele é, mas sim o que nós somos, o que nós escolhemos ser. Eu tive quatro desafios na minha vida (e aqui um parêntesis meu, achei que ele ia se referir ao tempo em que foi prefeito no interior do RS, ou quando veio pro Rio...) foram eles: Daniela (a atriz), Giovana, Marcelo e João. Meus quatro filhos. Sempre disse a eles isso: sejam verdadeiros, acima de tudo, a verdade. Orientei todos eles da mesma forma, com essa base. E agora tenho o pequeno João de 9 anos, que tem assim como os demais tiveram, todo o direito do mundo de ter um pai pra lhe ensinar, mesmo esse pai sendo um sexagenário. Nunca escolhi amigo pelo time de futebol, ou pelo partido político, ou qualquer outro valor, que não fosse o mesmo que eu me propunha sendo verdadeiro. E isso que falei e falo aos meus filhos, agora falo aqui pra vocês que ficam."
Desnecessário comentar que eu fiquei completamente emocionada com esse discurso. Não só eu, muitos ficaram. Engraçado que, como muitos dos meus leitores aqui sabem (e não é a toa que tenho um blog), a escrita sempre foi uma paixão comedida. Eu fiz o texto da despedida de Arcádio e Idalina, fiz o texto de final de ano da minha equipe, fiz o texto do aniversário de Cris e alguns anos depois dos 40 anos de Biba, e neste momento já tenho várias idéias para a despedida de Ernesto, quando isso acontecer. Em nenhuma destas eu me emocionei. Talvez por que tenha escrito, lido e relido duzentas vezes. Não sei. Vi um número sem fim de despedidas e não me lembro de ter me emocionado em uma única sequer, a não ser a que fizeram pra mim em SP mas obviamente essa foi diferente. As palavras ditas ali pelo Dr Escobar tinham uma profundidade tal que não pude resistir. E de alguma forma eu sinto que vou pelo mesmo caminho. Fiz algumas escolhas erradas na vida, mas olhando hoje para os poucos e bons amigos que tenho, percebo que nessa escolha eu não errei e sou imensamente feliz por saber que eles são tão verdadeiros comigo, como sou com eles.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nando Reis

Eu já tive meus momentos Fabio Jr, Paulinho da Viola mas definitivamente 2009 eu tô no momento Nando Reis! Impressionante como eu me identifico com as músicas dele, ou pelo menos, neste MOMENTO, eu me identifico. O primeiro show que vi dele foi em março desse ano, lá na Fundição. Fui eu e Marelisa. Foi primeiro o show dele e depois o show do Frejat, que também diga-se de passagem, foi maravilhoso. Sábado passado Nando tava no Canecão e lá fui eu atrás dele, dessa vez fui com Flavita. O nome do show é Drês e foi feito para essa ex namorada dele chamada Adriana (Dri + 3 = Drês, não me perguntem o que é o 3 por que eu não sei, vi isso no jornal). Muitas músicas novas mas como eu estava lá (eu e minha modéstia) ele cantou as músicas antigas que eu amo e que escrevo aqui por que, de alguma forma, estão dentro de mim:
Ainda não passou
Triste é não chorar/Sim eu também chorei/E não, não há nenhum remédio/Pra curar essa dor/Que ainda não passou/Mas vai passar!/A dor que nos machucou/E não, não há nenhum relógio pra fazer voltar... O tempo voa!
Por onde andei?
Desculpe Estou um pouco atrasado/Mas espero que ainda dê tempo/De dizer que andei Errado e eu entendo/As suas queixas tão justificáveis/E a falta que eu fiz nessa semana/Coisas que pareceriam óbvias/Até pra uma criança/Por onde andei?/Enquanto você me procurava/Será que eu sei?Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava...
All Star - essa que eu mais amo e que canto com filho rei
Estranho é gostar tanto do seu all star azul/Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras/Satisfeito sorri /quando chego ali /e entro no elevador /Aperto o 12 que é o seu andar/ não vejo a hora de te reencontrar/E continuar aquela conversa/Que não terminamos ontem ficou pra hoje
Relicário
É uma índia com colar/A tarde linda que não quer se pôr/Dançam as ilhas sobre o mar/Sua cartilha tem o A de que cor?/O que está acontecendo?/O mundo está ao contrário e ninguém reparou/O que está acontecendo?/Eu estava em paz quando você chegou
E outras tantas como esta Sutilmente que o skank vem cantando mas é dele. Teve uma que cantou e é nova, não achei a letra, chama "mãe". A letra é linda e no show ele passa uma série de fotos da mãe dele, que faleceu não sei quando. Foi uma emoção.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um aniversário nas nuvens

Na noite que antecedeu o meu aniversário estava em San Francisco, ou Frisco, para os íntimos. Um amigo do meu ex marido mora lá já há 20 anos e me chamou para irmos a um show. Um lugar bem típico dos Estados Unidos, barzinho, todo em madeira escura, mezanino e um palco relativamente pequeno pra quantidade de instrumentos que tinha em cima dele. A banda bastante peculiar com um cantor com peruca rosa, parecia um poodle, o guitarrista com uma peruca preta, os outros mais "normais". Como meu ex marido não lê o meu blog, posso comentar: esse amigo dele era, digamos assim, meio mala sem alça. Sabe aquele brasileiro que já se acha americano e quer que você perceba isso??´? É mais ou menos por aí...Mas beleza, o cara foi nota mil, primeiro fomos jantar e depois fomos pra esse bar. Ficamos dançando e de repente ele sumiu! Fiquei tentando procurar com os olhos, por que o bar não era tão grande assim. Enquanto eu estava nessa missão, ouvi o cantor chamar: Patricia where are you? Come here! Olhei pro palco e tava esse amigo (da onça) rindo pra mim. E o cantor insistiu, falou até o meu sobrenome. E aí lá fui eu pagar o meu mico de aniversário. Subi no palco, ele perguntou meu nome, o que tava fazendo em San Francisco, da onde eu era, e falou que ia cantar o parabéns pra vc! Todos cantaram e eu quase morri de vergonha. Tinha umas meninas no gargarejo que ficavam dando a mão pra eu bater, tipo bem americano mesmo. Caraca, que situação. Mas aí eu desci, quase matei o Djalma (esse "amigo") e continuei dançando, por que a banda era boa mesmo e tocavam músicas bem legais das antigas. De repente, nova interrupção. O cantor chamou outras aniversariantes do dia. O mico delas já foi um pouco maior. Elas tiveram que cantar uma música com ele, eu acho que era do Marillion, não sei. Voltamos ao dancing novamente e enquanto eu dançava, o "amigo" ficava fazendo ronda, ronda mesmo tipo guarda, em todo mundo que tava ali. Dava em cima de uma, de outra, uma aproach bem agressivo. E eu curtindo o dancing. Daqui a pouco, nova interrupção: mais duas aniversariantes. Dessa vez tive a certeza que o meu mico tinha sido pro meu tamanho mesmo: ele pediu para as duas meninas se beijarem! É isso mesmo! Beijo na boca, mulé com mulé. Nunca se viram! Quando desceram cada uma foi prum lado, eu fiquei observando por que não tava acreditando. E o pior é que elas se beijaram! Fiquei chocada. Deu uns 5 minutos e eu falei pro "amigo" que eu ia embora, tava cansada. Ele me levou até o táxi e fui pro hotel. 2 horas depois acordei (as 3 e meia da manha), me arrumei e fui pro aeroporto, começar o meu aniversário mesmo nas nuvens: um voo de seis horas de San Francisco pra Miami, com direito a muitas turbulências. Assim que foi liberado o celular quando chegamos em Miami, liguei o bichinho até por que tava querendo saber se as pessoas estavam me ligando: quase morri de vergonha. Entraram uns 15 sms fazendo aquele sinal chatinho. Todo mundo ficou olhando...nem tinham acabado os sinais quando tocou o celular ainda dentro do avião e era darling! Sentiu o cheiro! Adorei, darling sempre alto astral e com tanto carinho comigo! Só paramos de falar quando eu já estava no gate da TAM pra fazer check in...De noite mais umas 9 horas de voo e finalmente cheguei em casa! Saudades de tudo e de todos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

San Francisco - lá fui eu


Na primeira semana de junho fui para San Francisco (acho que quem acompanha o blog lembra que falei que 2009 era o ano das viagens). Foi uma viagem a trabalho mega super interessante. O evento era uma convenção para mercados emergentes promovida pela Merril Lynch. Durante 3 dias fizemos 22 reuniões, das 8 as 4 da tarde, incluindo o lunch time. Isso é uma coisa muito chata você ter que comer respondendo, mas ok, considerando as convenções que Cris e Luis André foram em Nova York, eu me dei bem. A convenção foi super organizada, saca aquela coisa de transfer do aeroporto, super buffet de almoço e lanche, agenda de cada dia de uma cor diferente. Muito legal. A questão que mais me impressionou foi a segurança do Raimar em repetir, no nosso caso 22 vezes, as mesmas respostas sem faltar e nem adicionar nada. Tem uma particularidade bastante importante pra quando a gente não sabe ou não pode responder o que perguntam: é só falar we dont disclose. Eu adorei isso. Ernesto foi também. Saímos pra jantar dois dias, um dia com o pessoal da ML e outro só nós 3. Dei alguns pitacos naquilo que mais me toca que são os custos comerciais, as campanhas, a força de venda indireta. No início fiquei meio tímida mas depois fui pegando mais confiança no inglês e no "we dont disclose" (sabe como eu sou né, se me der linha eu saio falando mesmo!). No último dia, última reunião (eu louca pra acabar e ir fazer comprinhas), o investidor entrou na sala e tocou ao mesmo tempo o celular do Raimar. Ele disse: toca aí que eu preciso resolver isso. Senti um frio subindo pela espinha. Olhei pro cara e começei a falar trechos de tudo que eu ouvi nas outras 21 reuniões, utilizando obviamente as expressões em inglês que tinham mais me chamado a atenção "we are netwinners in number portability for post paid and corporate" Adorei essa. Passaram-se os 8 minutos mais longos da minha vida até que finalmente Raimar voltou e assumiu o comando da nau. Neste dia a noite fomos jantar com o pessoal da ML e uns malas da Petrobrás. De lá fomos pra uma boite chamada Infusion, foi ótimo, dançamos muito e a galera bebeu todas. Eu não bebi nada, nem água. Lá pelas tantas fui embora com uma analista, deixei a galera pra trás . A foto neste post é com Mauricio, que é o responsavel da ML no Brasil para telecom. Super gente boa e ótimo interprete: imita o Ernesto como ninguém.

Por que acabou-se o que era doce

Hoje resolvi voltar a escrever no blog. Meu sempre amado blog. Companheiro mais fiel nos momentos solitários. A minha última história aqui foi escrita no dia 25 de março. Dia 26 de março foi um dia bastante importante, reencontrei uma pessoa super especial passados quase 19 anos. Reencontrei em mim mesmo uma alegria esfuziante, eu mesmo podia sentir o brilho dos meus olhos, a aceleração do meu coração. Pintei a vida de cor-de-rosa, me entreguei á paixão como somente os adolescentes fazem. Ganhei o céu e quando vi, estava sem o chão. Acontece. Como diz aquela minha amiga loira cheia de frases de efeito: foi um vento forte que passou, bagunçou os cabelos e a roupa. Aí você tem que ir pra casa, se arrumar toda de novo, pentear os cabelos e pronto. É isso aí.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Meknes e Voluibilis

Dentro da Mesquita de Meknes
Moulay Idriss surrounded...
Barradas na Mesquita
Patricia e os 12 trabalhos de hercules - voluibilis
Esse é o passeio pelo qual se faz necessário ficar pelo menos dois dias em FEZ. O dia estava lindo, o céu azul, azul, um friozinho gostoso. Acordamos no nosso lindo riad (nas historias de Marrakech vocês vão entender por que sempre falo MUITO bem do riad de Fez) e comi no café da manha a salada de morangos mais gostosa da minha vida! Nosso guia chegou cedo, no entanto tinha um probleminha básico: ele só falava francês e árabe. Francês somente Magno falava, eu e Sandra somente merci, pardon, je suis bresilien...e árabe nem pensar! Então pedimos para vir um guia que falasse ao menos, inglês, ou espanhol. Nós ficamos mal acostumados com Mohamed que era poliglota. Aí veio o irmão desse guia, aquele que veio a ser o nosso querido Majub. Majub era na verdade um bom motorista, não sabia direito nada e tampouco falava um ótimo inglês, mas as vezes dava a impressão que ele entendia alguma coisa de espanhol, por que ria das besteiras que falávamos. Depois de 30 minutos no carro percebemos que se tivéssemos ficado com o irmão dele, mesmo só no francês e Magno na tradução simultânea, teríamos ganho mais no quesito conhecimento cultural. Mas ok, como diz meu chefe, such is life.
Nossa primeira parada foi em Voluibilis. Voluibilis foi uma cidade há muitos séculos atrás, completamente destruída pelos bárbaros. Hoje tem somente ali ruínas, ruínas e ruínas. Muito interessante é o estado quase perfeito dos mosaicos ao chão definindo os 12 trabalhos de hercules. Majub ficou no carro enquanto a gente fazia o circuito da cidade.
De lá passamos em Moulay Idriss. Gente falando muito sério, eu não ia nem contar essa história mas o Magno me lembrou de algo surreal que aconteceu lá. Primeiro que, até onde eu consegui entender que Majub explicou, Moulay Idriss foi a primeira mesquita árabe do Marrocos, há muitos e muitos séculos atrás, e tem o único minarete redondo do país. Foi reformada há alguns anos. Moulay fica no meio do nada, entre Voluibilis e Meknes, quer dizer, ficava no meio do nada. Agora em volta dela foi crescendo a Rocinha do Marrocos e simplesmente é impossível chegar até a Mesquita sem passar por dentro da "Galera". A foto que eu to postando aqui de moulay dá pra ver bem as casinhas em volta. É um lugar que impressiona, todos que vivem ali, vivem esperando pessoas como nós para chegar ali e dar a eles 1 euro para percorrer os caminhos até o teto de uma casa (barraco) em que tiramos a foto.
O detalhe é que quando chegamos a Moulay com Majub, fomos tirar uma foto na entrada da mesquita onde tinha uma trava de madeira (vou tentar postar essa foto também), proibindo não muçulmanos de entrarem na mesquita. De repente apareceu um cara falando assim: aaahshhnn nhinannnnn...juro...o cara era surdo mudo e ruim da cabeça, mas ele queria mostrar a Moulay pra gente e ganhar 1 euro. Isso é muito deprimente. No Brasil em muitos lugares não é diferente, mas ali fiquei muito deprimida pela situação. O Marrocos em nenhum momento pareceu um país com oportunidades como tem o Brasil. Bom e não tem mesmo. E acho que isso faz diferença. Bom, resumindo o moço subiu e desceu com a gente em vários lugares até que nos levou para tirar uma boa foto de Moulay. Majub traduziu pra gente o intraduzível que era o que o outro balbuciava em árabe. Realmente uma cena surreal. Fomos embora e obviamente deu a maior confusão na hora de pagar o 1 euro do cidadão.
De lá fomos para Meknes e foi tudo no passeio. Entramos na famosa Mesquita (finalmente pudemos entrar numa), fizemos todo o ritual, tiramos o sapato, andamos pelos tapetes. Muito legal a experiência. Outra experiência bem interessante foi o uso do banheiro público na praça central. Era um banheiro "orgânico". Do lado do buraco "orgânico" tinha um balde com água e uma pá pra "limparmos" depois de usá-lo. Mais interessante que esse banheiro, só o do trem que dava pra ver os trilhos pelo buraco.
No final do dia voltamos pra Fez e jantamos no Riad. Dia seguinte: a tão famosa Marrakech após 8 horas de viagem de trem!!

quarta-feira, 18 de março de 2009

FEZ é tudo de bom!

Esse é Mohamed, nosso guia em Fez
Uma das estreitas vielas da Medina de Fez

folhinha de hortela no nariz, tanques de tinta atrás


Fé é fé



o fofo do Mabrouka




O trem de Casablanca pra Fez, cidade ao norte do país, leva cerca de 3-4 horas. Não me lembro, só me lembro que eu dormi bastante. A paisagem é linda. São planícies verdes e ao fundo as grandes montanhas Atlas com muita neve ainda do inverno passado. Uma delícia de viagem. Essa viagem pra Fez fizemos na segunda classe do trem, um pouco menos de conforto, mas super tranquilo. De vez em quando eu abria o olho pra ver a paisagem. Sandra e Magno tinham levado, cada um, dois livros sobre o Marrocos. Então passavam um bom tempo lendo e fazendo o tour da próxima cidade. Numa dessas vezes em que abri o olho, me deparei com um casal sentado ao meu lado. Dois franceses. Franceses dos bons, daqueles que você sabe que são franceses só pelo cheiro, se é que vocês me entendem. Eles também tinham uns livros sobre o Marrocos e, melhor que nós, tinham um mapa. O inevitável aconteceu. Começamos a conversar os cinco. Eles já tinham morado no Marrocos e sempre retornavam prá lá, adoravam várias cidades, a cultura etc. Estavam indo pra Fez como nós. Comentamos que ficaríamos apenas um dia em Fez e depois iríamos para Rabat. A francesa ficou super decepcionada. Rabat não tem nada, dizia ela. Vocês já leram o que os livros falam de Rabat? Perguntava ela. E de fato, um dos livros fazia a seguinte menção a Rabat:"Rabat é uma cidade menos agitada que Casablanca, menos arquitetonica e cultural do que Fez, menos intensa do que Marrakech..." Ou seja, em poucas palavras, Rabat é a cidade "menos" do Marrocos, e resolvemos ali naquele instante que Rabat estava fora do nosso roteiro. Essa foi a grande dica dos franceses e por isso valeu cada minuto de suplício ao lado do casal...


Finalmente chegamos a Fez e ao nosso lindo riad (pousada em árabe): o Dar Mabrouka. Fomos recepcionados por um serviçal daqueles bem antigos, trazendo um chá de hortelã nos copinhos que não pude resistir em comprar iguais aqui pra casa. Ele estava vestido com um jelaba (roupa comprida) preta, tinha o cabelo prá trás, e falava o mínimo possível de inglês. Sempre num tom muito cordial e baixo. Um fofo. A foto dele to postando aqui. Logo após esta recepção agradável, veio o Michel, dono do Riad, falar conosco. Nossa que homem educado! Eu acho que to andando com homens muito pouco educados ultimamente, por que a educação dele, o trato, a preocupação com detalhes da nossa viagem, me impressionou mais do que a Sandra e Magno. Michel foi um gentleman, nos colocou num dos melhores quartos do Riad e lá foi, sem dúvida alguma, onde comi a melhor salada de fraises (morangos) da minha vida!


Fez foi a primeira capital do Marrocos (pelo menos foi isso que eu entendi...). Era mais perto da Europa e de Tangier, cidade portuária do Gibraltar. Ali perto estão Voluibilis, Moulay Idriss e Meknes, todas cidades históricas do Marrocos com tradições milenares.


Na nossa primeira tarde em Fez conhecemos Mohamed, nosso guia poliglota, que nos levou para conhecer a medina de Fez. Demorou um pouco até entendermos bem o que era a Medina. Então vou explicar o que eu entendi e vi. A Medina é uma cidade fechada, com muros altos e alguns grandes portões, carinhosamente chamados de Bab (portões em árabe, to mandando bem no árabe!!). Nos séculos passados (e bota século nisso) eram necessários os muros por conta dos confrontos que existiam, principalmente entre os berberes (bárbaros espanhóis e italianos). As pessoas ficavam protegidas. Ao longo do processo de ocidentalização do Marrocos, as cidades foram crescendo e o turismo vem sendo fortemente incentivado, principalmente após a coroação do rei Mohamed VI. Esse rei suspendeu leis absurdas que só atrasavam o desenvolvimento do país, como por exemplo, mulheres só poderiam ficar na rua até as 21 hrs. A medina passou a ser o grande centro comercial das cidades. Algumas pessoas moram ali para não terem custos e também por que é barato. Não é um lugar para circular a noite. Esse nosso Riad era bem na saída da Medina, mas não era lá dentro. No dia que chegamos fomos lá com Mohamed. Algo muito difícil é conhecer a medina sem o auxilio de um guia, pelo menos na primeira vez. As vielas são muito apertadas, tirei foto numa que a largura não era maior que 70 cm. Os muros são altos e todos os lugares tem um tom ocre. Vimos lojas de tapetes, óleos, colchas, almofadas, uma infinidade de trabalhos artesanais. Fomos ver o trabalho nos tanques e lá o dono falou que conheceu a Giovana Antonelli, ela gravou o Clone lá na loja dele. Muito interessante essa ida aos tanques para tingir o couro: a tinta é misturada ao excremento de pombos (imagina euzinha com a minha pombofobia nesse lugar), já que o excremento é um produto natural nessa arte. Por conta disso o odor é insuportável, então logo quando chegamos o dono nos deu um pedaço de hortelã. Eu botei no bolso, depois que entendi que era pra botar no nariz pra não sentir o cheiro. Foi uma delícia de tarde, voltamos pro riad e fomos jantar no Palácio de Fez. E foi nesse jantar que eu constatei que o mundo é mesmo um banheiro: Magno, amigo da Sandra que eu vi pela primeira vez em Casablanca, foi aluno da minha irma no curso de fotografia. Fotos desse jantar são fundamentais. Uma degustação de várias saladas, pratos de cuscus e tagine, e por fim, um super chá de hortela pra dormir tranquilo.

Casablanca não vale a pena

10 minutos depois da foto abaixo, Patrícia e Sandra na estação de trem certa...UFA...
Sandra e Magno felizes, uns 10 segundos antes de percebermos que estávamos na estação de trem errada...

Aqui Magno tira a malinha dele de cima do petit taxi


Esse post é muito importante. Se você já foi ao Marrocos vai entender (e concordar). Se não foi, não pode esquecer. A questão é simples: Casablanca não vale a pena. É a capital econômica do país, mas nem parece isso. É suja, mal organizada, atrasada em relação à outras cidades do país. Aliás, o Marrocos tem muitas capitais. A capital oficial do país é Rabat. O rei Mohamed VI mora lá. Fez é a capital cultural, e já foi capital oficial no passado. Sabe aquela coisa de rei que quer agradar a todos, gregos e troianos, pois é, saiu nomeando um monte de cidade como capital disso e daquilo. Como o Marrocos é um país muçulmano, as mesquitas são grande atração. São construções lindas e antigas. Como nós não somos muçulmanos, não podemos entrar nas mesquitas. Mas no Marrocos existem duas mesquitas em que é permitida entrada de não-muçulmanos: a mesquita de Meknes e a mesquita do rei Hassan, em Casablanca. Passamos por lá a noite, estava toda iluminada. Realmente é uma beleza, toda trabalhada no mosaico, uma imensidão para abrigar toda a multidão que passa por ali. Mesmo sabendo que Casablanca é tão feia que nem o filme que leva o seu nome foi feito lá, nós, os três teimosos, resolvemos ir a Casablanca. Mas foi só uma noite literalmente. Nessa noite fomos jantar no Ricks Café. Não posso negar que a comida é maravilhosa. Nesse dia comi o primeiro de muitos cuscus marroquinos. Talvez antes da próxima reencarnação volte a comê-los, talvez...As saladas marroquinas valem a pena, até mesmo em Casablanca. São maravilhosas! Eles fazem um tempero nas beringelas e nas beterrabas, nossa! Olha que eu nem sou tão fã de salada, mas são maravilhosas! Foi um jantar muito agradável, na saída pegamos um petit taxi... no Marrocos tem dois tipos de taxi: o petit taxi e? e? e? adivinhem! O grand taxi!!! E de fato a única diferença é essa mesma...um é uno mille e o outro é uma mercedes velha pra cacete.
Depois de uma noite em Casablanca com tempo suficiente para concluir que nada ali valia a pena, acordamos as 7 em pleno domingão e rumamos para estação de trem pra pegar o primeiro para Fez. Quase deu errado. Se não tivéssemos percebido 10 minutos antes do trem partir que não era aquela estação que tínhamos que ir...se não tivesse um petit taxi bem ali na porta e se...não tivéssemos corrido que nem loucos pela estação de trem, e obviamente, se os trens no Marrocos saíssem no horário rigoroso como na europa, certamente teríamos passado mais algum tempo em Casablanca. Mas Mohamed não quis assim. E lá fomos nós para Fez...

Mais do Marrocos

O trio visitando a mesquita em Meknes
Nosso primeiro jantar em Casablanca, no restaurante Ricks Café, que era o tema do filme que leva o nome da cidade, e que nunca foi filmado lá...



Todos os dias a noite desde que cheguei fico pensando que tenho que contar aqui as histórias (mucho loucas) do Marrocos, mas desde que cheguei, já cheguei atrasada. O dia não passa, voa. 24 horas não são suficientes. Mas hoje estou determinada a contar pelo menos algumas passagens, como o guia surdo-mudo em Moulay Idriss, a Mercedes do Fred Flinstone e o casal de franceses que mudou o rumo de nossa viagem. Vamos ver seu eu consigo. Antes de entrar nos textos, mais algumas fotos minhas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pra la de Marrakech!!!




Gente eu nao poderia deixar de tirar essa onda e escrever um post de Marrakech!!! Acreditem to fazendo o maior esforco pra escrever nesse teclado arabe, fora que computador e conexao somente aqui mesmo, em Fez nem pensar! E como se tivesse feito uma regressao na idade media...Estou amando a viagem, estou vendo e conhecendo lugares que nunca ouvi falar, quanta coisa nao se sabe sobre os lugares do mundo!! Muitas historias mas vao ficar todas para quando voltar ao Brasil e escrever como os ocidentais. Mil beijos saudades