sábado, 19 de dezembro de 2009

E no meio do casamento, o hexacampeonato

Aqui já tinha tomado banho... Como diria Luciano Huck, "loucura, loucura, loucura"! Inacreditável que o Flamengo foi hexacampeão quando eu estava na Bahia. Aliás, eu devo ter sido baiana em algum momento da minha vida, muitas coisas boas me acontecem na Bahia, ou a partir dela. Quando eu marquei a viagem para Bahia, o Flamengo estava indo ladeira abaixo na tabela, tinha perdido pro Avaí, ou seja, esperança zero de estar entre os que poderiam ganhar o título.
Não é a primeira vez que eu estou fora no meu entorno esportivo em um grande jogo. A final da copa do mundo de 94 era no dia de uma viagem prá Chicago. Se o jogo tivesse terminado no tempo normal, teria conseguido ver tudo. Mas como foi pra prorrogação e penaltis não deu. Peguei meu táxi (ninguém se habilitou em me levar) e fui pro Galeão. Vi as cobranças numa micro tv e quando terminou estava abraçada com o pessoal da limpeza. Cheguei no dia seguinte em Chicago vestindo a camisa do Brasil, entrei na limo e tinha o Chicago Tribune com o seguinte destaque: "Worst World Cup Ever". Nunca esqueci. Criticavam o fato do jogo ter sido zero a zero e ter terminado em penalti. Gente ignorante. Xáprálá.
Continuando...por conta dessa história, algo me dizia que o Flamengo ia ser campeão, melhor, hexacampeão. Fui prá Bahia com minha bandeira e minha camisa brand new. 15 minutos antes do jogo, a nossa comida ainda não havia chegado no restaurante. Eu pedi licença às meninas e fui pro meu quarto ver o jogo. Alguém falou: vamos ver juntos? Não. Esse tipo de jogo eu prefiro ver sozinha. Cheguei em cima da hora, não deu tempo de tomar banho, pelo menos meu biquini era vermelho e preto. Me enrolei na bandeira que nem um sushi de alga e fiquei ali sofrendo.
Não vou relatar aqui o sofrimento todo, mas alguns momentos foram marcantes. No intervalo achei que esse negócio de sushi não tava dando certo, tomei banho rapidinho e vesti minha camisa, deixei a bandeira de sarongui. No segundo tempo quando estava empatado o jogo, Cris mandou uma mensagem dizendo que ela e Biba estavam torcendo pelo Flamengo. E eu respondi um palavrão (que eu não vou publicar aqui mas o sentido foi dizer que estava difícil...). Aí ela respondeu de novo: Biba está dizendo prá vc ter paciência, vai virar. Rapaz, deu 5 minutos e o Argelin marcou. Inacreditável! Ela ligou mas eu gritava tanto que nem ouvi o que ela disse. Logo depois chegou Fabi no quarto, o jogo não tinha terminado, fiquei com receio dela ser pé frio, mandei ela tomar logo banho. Ela ficou andando prá lá e prá cá...não entrava no banheiro. Eu tive que pedi: Fabi pelo amor de Deus entra nesse banheiro! Ela olhou prá mim e disse: Credo! Você tá esquisita, tô com medo de você, vou tomar banho.
Acabou o jogo e foi a coisa mais linda ver aquele Maracanã todo rubro-negro. Eu pulava de uma cama prá outra, gritava, chorava. Flávia ligou e enquanto falava comigo sobre o jogo, o irmão dela ligou de Curitiba prá dizer que a mãe dela estava no estádio vendo o jogo do Fluminense. Caraca Flávia tá a maior quebradeira lá no estádio! Ela muito calmamente me disse: pois esse é o ponto, peraí que eu vou ter que entender bem o que tá acontecendo.
Agora me diga você que é rubro-negro: havia alguma condição de não levar o manto sagrado ao casamento??? Não né. Os noivos adoraram!
Fiquei feliz pois tudo saiu bem pros cariocas, tendo sido o Mengão o grande campeão do ano. Muito triste foi ver algumas imagens do Leblon. Quando cheguei em casa na segunda a noite, filho rei me disse que tinha todos os tipos de flamenguistas na rua, tinha "até flamenguista morto". Chato né? A festa poderia ter sido só de alegria.

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