Esse é o passeio pelo qual se faz necessário ficar pelo menos dois dias em FEZ. O dia estava lindo, o céu azul, azul, um friozinho gostoso. Acordamos no nosso lindo riad (nas historias de Marrakech vocês vão entender por que sempre falo MUITO bem do riad de Fez) e comi no café da manha a salada de morangos mais gostosa da minha vida! Nosso guia chegou cedo, no entanto tinha um probleminha básico: ele só falava francês e árabe. Francês somente Magno falava, eu e Sandra somente merci, pardon, je suis bresilien...e árabe nem pensar! Então pedimos para vir um guia que falasse ao menos, inglês, ou espanhol. Nós ficamos mal acostumados com Mohamed que era poliglota. Aí veio o irmão desse guia, aquele que veio a ser o nosso querido Majub. Majub era na verdade um bom motorista, não sabia direito nada e tampouco falava um ótimo inglês, mas as vezes dava a impressão que ele entendia alguma coisa de espanhol, por que ria das besteiras que falávamos. Depois de 30 minutos no carro percebemos que se tivéssemos ficado com o irmão dele, mesmo só no francês e Magno na tradução simultânea, teríamos ganho mais no quesito conhecimento cultural. Mas ok, como diz meu chefe, such is life.
Nossa primeira parada foi em Voluibilis. Voluibilis foi uma cidade há muitos séculos atrás, completamente destruída pelos bárbaros. Hoje tem somente ali ruínas, ruínas e ruínas. Muito interessante é o estado quase perfeito dos mosaicos ao chão definindo os 12 trabalhos de hercules. Majub ficou no carro enquanto a gente fazia o circuito da cidade.
De lá passamos em Moulay Idriss. Gente falando muito sério, eu não ia nem contar essa história mas o Magno me lembrou de algo surreal que aconteceu lá. Primeiro que, até onde eu consegui entender que Majub explicou, Moulay Idriss foi a primeira mesquita árabe do Marrocos, há muitos e muitos séculos atrás, e tem o único minarete redondo do país. Foi reformada há alguns anos. Moulay fica no meio do nada, entre Voluibilis e Meknes, quer dizer, ficava no meio do nada. Agora em volta dela foi crescendo a Rocinha do Marrocos e simplesmente é impossível chegar até a Mesquita sem passar por dentro da "Galera". A foto que eu to postando aqui de moulay dá pra ver bem as casinhas em volta. É um lugar que impressiona, todos que vivem ali, vivem esperando pessoas como nós para chegar ali e dar a eles 1 euro para percorrer os caminhos até o teto de uma casa (barraco) em que tiramos a foto.
O detalhe é que quando chegamos a Moulay com Majub, fomos tirar uma foto na entrada da mesquita onde tinha uma trava de madeira (vou tentar postar essa foto também), proibindo não muçulmanos de entrarem na mesquita. De repente apareceu um cara falando assim: aaahshhnn nhinannnnn...juro...o cara era surdo mudo e ruim da cabeça, mas ele queria mostrar a Moulay pra gente e ganhar 1 euro. Isso é muito deprimente. No Brasil em muitos lugares não é diferente, mas ali fiquei muito deprimida pela situação. O Marrocos em nenhum momento pareceu um país com oportunidades como tem o Brasil. Bom e não tem mesmo. E acho que isso faz diferença. Bom, resumindo o moço subiu e desceu com a gente em vários lugares até que nos levou para tirar uma boa foto de Moulay. Majub traduziu pra gente o intraduzível que era o que o outro balbuciava em árabe. Realmente uma cena surreal. Fomos embora e obviamente deu a maior confusão na hora de pagar o 1 euro do cidadão.
De lá fomos para Meknes e foi tudo no passeio. Entramos na famosa Mesquita (finalmente pudemos entrar numa), fizemos todo o ritual, tiramos o sapato, andamos pelos tapetes. Muito legal a experiência. Outra experiência bem interessante foi o uso do banheiro público na praça central. Era um banheiro "orgânico". Do lado do buraco "orgânico" tinha um balde com água e uma pá pra "limparmos" depois de usá-lo. Mais interessante que esse banheiro, só o do trem que dava pra ver os trilhos pelo buraco.
No final do dia voltamos pra Fez e jantamos no Riad. Dia seguinte: a tão famosa Marrakech após 8 horas de viagem de trem!!
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