Prá alguns que não conhecem, Ariane trabalha comigo há alguns anos. Ela é baiana, já morou em POA, em Sampa e sua última estada foi Madrid (mais uma glamourosa prá minha relação). Rômulo é espanhol, morava em Madrid, e o cupido que flechou os dois pelo jeito também tava morando por lá nessa época, assim tudo ficou mais fácil. Ari me disse uma das coisas que mais me marcou após a minha separação. Eu tava namorando ex-eleito já há algum tempo e disse a ela que embora eu gostasse dele, não era apaixonada, apaixonada, daquele jeito de perder o chão. Ela me olhou e disse: Patty isso não vai mais acontecer, a gente já tá numa idade que não perde mais o chão, não faz loucura (favor não confundir loucura com sexo selvagem), a gente vai gostar de outra pessoa, mas paixão não vai mais existir. Ari também era separada como eu e da mesma idade. Eu fiquei tão perplexa com essas palavras, afinal havia um certo sentido mesmo, e de repente achei que eu ainda vivia no mundo de Alice quase aos 40 anos. Ufa! Que bom que eu estava errada! Não por mim por que infelizmente não estou apaixonada por ninguém, mas por Ari que encontrou em Rômulo o grande amor de sua vida. E que amor!
Agora que já fiz um resumé de Ari e Rômulo, vamos dar inícios aos trabalhos, digo, as histórias da micareta de casamento. Micareta por que como baiano e espanhol são festeiros, o casamento durou exatos 3 dias, festa em todos eles. No blog do casamento (isso mesmo, eles fizeram um blog) Ari fazia menção às festas ibizencas, mas isso era pros espanhóis entenderem. Na verdade mesmo ela tinha que ter explicado que as micaretas nasceram na Bahia. Mas tudo bem, dessa parte nós nos encarregamos ao longo do casamento.
Esse casamento exigiu grandes preparações. Prá começar foi todo realizado na Praia do Forte, Bahia. As festas foram divididas em 3 dias da seguinte forma: luau as 6 da tarde em casa na praia mais linda do Forte (todo mundo de branco), boda com padre no jardim da pousada seguida de festa (e que festa!) e feijoada na piscina no último dia. Portanto foi necessário reserva antecipada de vôos, pousada, roupas para todos os dias etc. Um parentesis aqui que Fabi vai me matar, mas todo mundo já soube e agora preciso escrever...lá pelos idos de setembro quando começamos a falar de reservas, falei com Fabi prá dividirmos o quarto da pousada e essa comédia em forma de gente me disse que não ia dividir por que tinha certeza que estaria namorando na época do casamento. Como muitos aqui sabem, em setembro eu passei por aquele processo "extreme makeover", portanto se tinha uma coisa que eu tinha certeza é que não estaria com ninguém na época do casamento. Falei com Ari e acabei acertando tudo com Ale para dividirmos o quarto. Algum tempo depois Fabi ligou e disse que áquela altura (novembro) tinha mais esperanças de encontrar alguém no casamento do que antes dele. Aí foi uma confusão, transforma o quarto em triplo, depois Eliana resolveu ir, muda tudo prá dois duplos, fizemos tantas mudanças que eu considero um milagre não termos tido qualquer problema na pousada. Fecha parêntesis.
Não tinham 24 horas que eu havia chegado de NY, e já estava a caminho de Salvador. No aeroporto mesmo tiramos as primeiras fotos. Um motorista, Sr. Gerson, nos levou até a pousada. Coitado, ouviu tanta besteira, mas tanta besteira, que resolvemos tirar uma foto com esse santo. Tá postada aqui.
Assim que chegamos fomos prá praia encontrar o povo que já se encontrava lá. Vou postar uma foto muito legal aqui, no momento que chegamos ao restaurante do Gomes, dentro do projeto TAMAR, Cris e Ernesto levantando prá falar com a gente, ficou super legal! Comemos muito e obviamente bebemos bastante, até que alguém falou assim, gente vamos embora que já está quase na hora do luau, não vamos esquecer que estamos aqui no paraíso por conta do casamento.
Para o luau utilizamos um meio de transporte chino-baiano chamado tuk tuk, tambem vou postar fotos. No nosso tuk tuk Ale resolveu ajudar o menino e pedalar junto. No início foi toda empolgação. De repente bateu um vento e o vestido dela puft! foi lá em cima, ela falou pro menino, "moço não dá prá ficar pelada aqui no tuk tuk, né, eu tentei mas o senhor vai ter que pedalar sozinho".
Desnecessário comentar que o luau estava lindo!! Baianas fazendo acarajé, cocadas, um buffet maravilhoso, muita música sem axé por que embora estivéssemos na Bahia, Rômulo não curte. As vezes tocavam músicas espanholas, as vezes brasileiras. E os grupinhos se revezavam na pista conforme a nacionalidade. Todos de branco, andamos até o mar e lançamos as rosas brancas, voltamos prá casa, mais um pouquinho de dança e tuk tuk de volta pra pousada. Tinha um festival de jazz na praia do forte com Carlinhos Brown, os espanhóis foram, mas nós não tínhamos força e fomos todos mimi.
Dia seguinte, sol escaldante. Aquele café da manhã baiano com direito a tapioca. Eu tenho convicção que se morasse no Nordeste teria alguns quilos a mais. E fomos todos rumo a praia. Que delícia aquele mar quente, água limpa, cadeira com barraca, muito camarão, cerveja, fotos, estávamos ali sem dúvida alguma pelo casamento, mas aquilo foi um balsamo pra correria dos últimos tempos. Teve um pessoal que foi embora e aí chegaram os espanhóis que ficaram nossos amigos, eram 2 Fernandos e um Oscar, mas a essa altura a gente chamava todo mundo de Fernando prá ter mais chance de acerto. A Ida (que também trabalhou com a gente e nos últimos anos trabalhava em Madrid) conhecia bem eles e começaram uma conversa sobre alguém que não conhecíamos. Eles se referiam à pessoa com um nome em espanhol que não entendemos e aí perguntei o que era, a Ida respondeu: " é a mesma coisa que galinha". E aí começou um tal de contar história de um, de outro, a gente entendia metade, eles também, mas era tanta cerveja que mesmo que falássemos o mesmo idioma seria difícil capturar toda a informação. Um dos Fernandos me perguntou: como se chama o cara que fica com uma mulher aqui outra ali e não resolve com quem quer ficar? E eu com muita cerveja e muito convicta respondi prontamente sem pestanejar: filho da puta. Não precisou de tradução, ele entendeu muito bem.
Saímos da praia e fomos almoçar antes da preparação para boda. Eles almoçaram e eu fui direto pro meu quartinho assistir ao jogo do meu hexacampeão mengão, o qual não vou contar aqui, fica prá outro post, prá não misturarmos os temas. Vamos pular direto pra boda.
Há muito tempo não via tanta emoção num casamento. E pelo fato da história de Ari, os comentários dela e tudo que ela pensava sobre o amor, não poderia ser diferente. Os dois no altar de mãos dadas, olho no olho, jurando com tanta intensidade, tantas lágrimas, não deu prá segurar a emoção, ainda bem que eu tinha levado meu bandeirão do flamengo e pude enxugá-las. Perguntei à Rômulo se ele tinha time no Brasil, ele titubeou, falou do São Paulo, e antes que ele pensasse em algo mais, tirei uma foto nossa com a bandeira e disse a ele: agora você já tem time e pode provar!
No meio do casamento, um dos Fernandos, o qual Biba passou a chamar de pele vermelha (ele ficou bem queimado na praia) me surpreendeu como poucos. Foi ao centro da pista de dança, pediu o microfone, e ali na frente de tanta gente conhecida e desconhecida, falando em espanhol, falou de como Rômulo era seu grande amigo, como sentirá a sua falta, como ele estava ali naquela hora olhando para o casal e vendo uma única pessoa. Gente, que homem! Sem brincadeira, que atitude. Tão difícil pessoas com atitude, ainda mais em público, fiquei encantada! (acho que eu to meio sem referencia ultimamente).
Dançamos muito até quase 3 horas da manhã. A brasileirada acabada debandou. Eu e as meninas estávamos indo embora quando ninguém mais, ninguém menos que Fernando Pele Vermelha fez sua abordagem: Patrícia hombre no podeis ir a dormir, tenemos que bailar por toda la noche hasta que sea claro afinal Flamengo és el campeón! Eu olhei prá Ale e ela não pensou duas vezes. Vamu ficá!! Fabi foi deitar na espreguiçadeira. Eu e Ale dançamos com os espanhóis (tinham uns 40) até quase 5 da manha! O DJ foi embora lá pelas 4 mas os espanhóis não desistiram, começaram a cantar no gogó e era muito hilário por que eu e Ale não sabiamos nenhuma música, mas cantavamos os refrões. Tinha uma que era muito fácil, ficava só no "que si, que no, que si, que no".
O duro de dormir as 5 da manhã de uma segunda feriado na Bahia é que Rio e São Paulo trabalham normalmente e uma hora mais tarde, ou seja, as 8 da Bahia eu já tava atendendo o celular, completamente zonza. A feijoada foi rápida, quase todos voltavam neste dia. Estava deliciosa.
Bom queridos que aguentaram ler até aqui, posso dizer que amei essa viagem, o casamento, ser testemunha do amor de Ari e Rômulo, festejar, rir, chorar, não tem como esquecer, nem quero, ao contrário, quero lembrar todos os dias que o amor chega quando a gente menos espera.
Um comentário:
pq eu acho que vc tá asim meio "diferente"?
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