sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Nada mais normal do que ser maluco


Eu sou uma pessoa normal. Acredito no amor, no casamento. Acredito que uma das melhores coisas da vida, é viver ao lado de outra vida. Não consigo imaginar que uma pessoa se sinta feliz com muitas pessoas ao mesmo tempo, ou sem ninguém. Na minha cabeça as pessoas que se dizem felizes nestas condições, na verdade não vivem quem realmente são, e consequentemente vivem uma mentira. Como disse, eu sou uma pessoa normal, não uso drogas, no máximo um bromazepan de vez em quando para uma boa noite de sono. As grandes pequenas loucuras que fiz na vida foram todas, sem exceção, por amor. Sou uma romântica de carteirinha, adoro as ligações da hora do almoço pra falar da saudade, mandar beijos. Adoro esse sentimento que muitos repudiam que é ter o compromisso com alguem, ser de uma pessoa e uma pessoa ser sua.

Pois é, por que essa baboseira toda até agora? Então, por ser uma pessoa normal, eu também tenho meus podres (todo mundo tem, os normais tendem a ter menos que os anormais...eu acho). E tem um que me acompanha há uns quinze anos. Ele se chama Edmundo. É gente, é o Edmundo mesmo, animal, ex-palmeirense, ex-rubro negro, ex-futuro-vascaino...eu não sei qual é o carma que eu tenho com esta criatura, mas ele está sempre me rodeando...a primeira vez eu me lembro bem, foi numa boate no Rio logo depois dele ser campeao brasileiro pelo palmeiras. Eu já namorava o meu ex-marido, mas ele não quis nem saber e fez umas gracinhas que obviamente nos levaram a deixar rapidamente o local. Daí pra frente uma sucessão de encontros: shows, boates, restaurantes, uma vez no kart lá no recreio, ano passado sentamos lado a lado no avião do Rio para Sampa...e ontem. Trocamos vários emails no trabalho por conta de uma brincadeira com umas camisas do Vasco e num deles falavam do Edmundo voltando ao Vasco, e na hora eu pensei "pô nem sabia disso". Peguei meu carro e vim cedo prá casa...como diz meu filho..Né que quando eu entrei na praia de São Conrado, bati o olho naquele morenaço, de short azul, sem camisa...aquela testa dividida no meio por conta do acidente...era ele...Edmundo. A sensação que eu tenho quando encontro com ele, é que mesmo ele sendo tudo de ruim que uma pessoa pode ser, ter atitudes as quais nem merecem comentários, a nossa relação é cármica, carnal, transcende a razão e a sensibilidade...Em algum momento da vida nosso encontro vai acontecer, e eu morro de medo desse dia chegar e ter que assumir publicamente isso...

Enfim, nada mais normal do que ter as suas próprias maluquices.

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