Aqueles que me conhecem sabem o quanto eu sou uma apaixonada pelo futebol. De uma forma geral adoro todos os esportes e torço fanaticamente, principalmente pelos esportes coletivos. Isso é um gene que veio do meu pai e que vejo que passei para o meu filho mais velho. De todos os esportes, a minha paixão é o futebol. Como isso é notório, normalmente quando acontecem jogos como o de hoje (Brasil e Equador pelas eliminatorias da Copa de 2010) sempre descolo uns ingressos pra assistir ao vivo e a cores. Tinha dois ingressos de cadeira e pensei em ir com meu filho mais velho. Como ele preferiu ir dormir na casa do coleguinha com outros 2 amigos (é, é esse filho que eu disse que herdou o meu gene esportivo), eu desisti (incrivelmente) da ideia de ir ao jogo e fui pra casa ficar com meu outro filhotinho (tudo isso faz parte de um processo de amadurecimento...).
Anjinho já tinha dormido antes do jogo começar (esse aí com certeza não herdou esse gene) e eu fiquei vendo sozinha no meu M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O sofá...lá pelas tantas o Brasil fez 1 a zero. Mais um pouco e Galvão Bueno começou a repetir: "bom lembrar que os placares últimos com o Equador não foram elásticos", ou ainda"1 a zero é pouco". E ele repetia isso a quase todo minuto, vocês sabem como é o Galvão quando ele quer "preencher" os espaços.
Essa frase "1 a zero é pouco" me lembrou muito quando eu via os jogos do Flamengo com o meu pai, desde quando eu me entendo por gente. Eu sempre perguntava pra ele antes do jogo começar: pai, vc acha que a gente vai ganhar de quanto? - e ele sempre respondia, antes do jogo começar, - o importante é ganhar, pode ser até de 1 a zero que tá bom! E aí o jogo começava e ficávamos ali esperando um gol. Quando o Flamengo marcava primeiro (acreditem: isso aconteceu várias e várias vezes) eu ficava felicíssima por que, afinal, 1 a zero tava bom. Aí o papai falava: - 1 a zero é bom, mas bom mesmo é ganhar de 2 a zero...e aí eu ficava naquela agonia esperando mais um gol...foram muitos e muitos jogos assim. Eu me lembro de um jogo (considerando que a Fernanda Montenegro hoje no intervalo do jogo lembrou de um jogo de 1963 posso falar de qualquer jogo aqui...) entre o Flamengo e o Cruzeiro, em Minas, com Zico, Renato Gaucho e Raul no gol. O Flamengo tava ganhando de 2 a zero e eu, segundo as premissas do meu pai, tava tranquila. Nesse dia o papai falou assim: - 2 a zero é bom, mas fora de casa bom mesmo é 3 a zero, o outro time tem a torcida, conhece o campo...Segundo tempo, o Cruzeiro fez um gol. Mais 10 minutos de pressão e fez o segundo. O Zico saiu de campo e disse que o time se perdeu em campo e que agora tinha que correr atrás do prejuízo. Aos 35 do segundo tempo o Renato Gaucho pegou uma bola no meio de campo e não sei como, fez o terceiro do Flamengo. Aquilo foi uma glória, era a raça do Flamengo tirando força de onde não tinha mais nada. A sorte também ajudou por que o Cruzeiro meteu uma bola no travessão ao 45. Bom nesse jogo eu entendi que não dava, em se tratando de Flamengo, de garantir qualquer resultado, mesmo sendo um 2 a zero.
Outro jogo que ficou claro que um a zero é pouco, foi a decisão de 87 da Copa União entre o Flamengo e o Internacional. O Bebeto fez o gol, eu me lembro bem, ao 14 min do primeiro tempo. O jogo foi um a zero pro Flamengo e fomos campeões. Eu vi esse jogo com o papai e nós dois passamos o resto do primeiro tempo e todo o segundo tempo sofrendo aquela situação vulnerável de só estar ganhando de um gol de diferença. Um sofrimento. No final eu chorava, chorava agarrada na grade da varanda.
Passei o jogo de hoje lembrando tantos e tantos jogos torcendo fanaticamente, campeonato estadual, brasileiro, copa do mundo, sempre com essa frase do "um a zero" na cabeça. Aos poucos, conforme o Brasil foi fazendo gol, fui voltando pra realidade, e já não tinha mais que ouvir do Galvão que os placares atualmente não são tão elásticos.
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4 comentários:
se bem me lembro este jogo em bh foi contra o atletico mineiro e não contra o cruzeiro.. Certamente este jogo fez com que muitos adotassem o manto como segunda pele.
eu tava numa grande duvida se esse jogo era com o cruzeiro ou com o atletico mineiro, enfim, ainda bem que tem um anonimo rubro-negro que le esse blog de madrugada pra comentar...
Pai não pode fazer comentário pq está chorando, lembrando que via o jogo junto com a filhinha caçula, embora não lembre desses detalhes todos.
O Flamengo venceu o Inter e foi o Campeão Brasileiro de 87. Eu lembro bem desse jogo. Também estava lá. Aí a CBF resolveu que o Flamengo, depois da festa de comemoração, deveria jogar contra o Sport, campeão da "segunda categoria" (não havia segunda divisão). No dia marcado, o Sport entrou em campo e, como o Flamengo não apareceu, deu a volta olímpica e fez a sua torcida acreditar que era o campeão de 87 de verdade. Assim como há gente por lá que acredite que o Capibaribe e o Beberibe se encontram em Recife para formar o oceano Atlântico.
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