By David Bowie
Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the strange)
Ch-ch-Changes
Don't wanna be a richer man
Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the strange)
Ch-ch-Changes
Just gonna have to be a different man
Time may change me
But I can't trace time
Lá pelos idos de setembro (fica bonito começar o texto assim né gente?!), eu estava completamente fora de combate em função do meu personal extreme makeover. Não tinha muita coisa que eu pudesse fazer, os dias passavam na frente da TV, filmes, novelas, seriados. Fazia até algumas áudios e respondia email. Mas tinha uma hora que já não tinha o que fazer. Num desses dias peguei o laptop e comecei a escrever um texto falando sobre mudanças. Primeiro, as minhas físicas, ou melhor, as psicofísicas. Sim por que prá mudar fisicamente, eu tive que mudar um bocado a minha psique. Depois, as profissionais. E quantas, quantas mudanças profissionais esse ano de 2009. Durante algum tempo fiquei com esse texto escrito, sem publicar, algo me dizia que não era o momento. E de fato, tantas outras mudanças aconteceram até o “finalzinho Zinho” do ano. Agora, que começa um novo ano, e tomara que novo mesmo em sua essência, achei que seria um bom momento para fazê-lo. A versão original acabou se perdendo em função da evolução da história: tive que inserir os novos acontecimentos, adaptar dúvidas do momento em que escrevi, e que agora já não as tenho mais. Enfim, se você leu até aqui, chegou ao topo da montanha russa, quando o carrinho já foi elevado ao ponto máximo. Siga em frente e viva as emoções com direito a frio na barriga e tudo mais.
Em algum momento desse blog, eu citei aqui que Ernesto, meu chefe amado, nos comunicou a sua saída do Brasil e, conseqüentemente, da empresa. Isso aconteceu num jantar no tão falado DOM em São Paulo, no final de 2008. Esse anúncio foi sucedido de muitas lágrimas dele próprio, agradecendo a equipe que sempre lhe apoiou. Naquele momento tão cheio de emoções, ficou escondida em pano de fundo a maior de todas as mudanças que estava por vir, afinal, se Ernesto estava saindo, alguém estaria entrando. Durante algum tempo, não se sabe (ou pelo menos eu não me lembro) ao certo, ficou indicado uma pessoa já conhecida, que aparentemente não preenchia todas as qualificações. E haja qualificação! Pra esse cargo, a pessoa tem que agradar aos gregos, aos troianos (todo mundo entendeu né?), aos internos e se bobear, não pode ser desagrado de nenhum externo. Em resumo: essa pessoa praticamente não existe. Em meio há esse tempo, surgiu a possibilidade de promoção de algum dos diretores de Ernesto a este cargo. O que, verdade seja dita, foi sempre a luta dele: eleger alguém da equipe dele prá ocupar sua cadeira quando ele fosse embora. Duas pessoas despontaram com toda a justiça desse mundo empresarial: Luís e Cris. Os dois passaram a ser sombra do chefe, aonde um ia, os dois iam atrás, essa foi a orientação que ambos receberam para que, mesmo que não fosse um deles o escolhido, o processo de transição fosse o mais suave possível. Mas a grande verdade é a seguinte: nenhum dos dois, nem nós (os restos mortais da equipe), nem Deus penso, acreditávamos que um dos dois pudesse ser o escolhido. Nada relacionado à competência, mas relacionado ao ambiente político das corporações e a tantos outros interesses que muitas vezes são mesmo mais importantes do que o tamanho da competência (essa frase acho que ficou meio obscena...). Outros nomes apareceram no cardápio de sucessão, outros nomes saíram. Os meses passavam e chegava a hora de Ernesto partir. Lembro que um dia no final de julho, eu tava de férias, tive que ir a SP, passei na sala dele e tinha umas 3 folhas brancas grudadas com um durex formando um folhão. Ele fazia um grande calendário por dia, de julho a setembro. Nesse dia ele me disse: em agosto já não venho mais. E eu lembro que perguntei: se você não vem, quem vem? E perguntei se era a pessoa última que havia ouvido e que, segundo Darling, tava certo, certo, certo. Ele me olhou com aquele canto de boca puxado pro lado e disse: eu não sei de nada Darling, não sei quem vem. Mas ele já sabia. Dois dias depois estava em casa curtindo uma chuvinha no final de férias e recebo o torpedo literalmente detonador no meu celular. Era de Darling, e ela dizia que acabara de ser indicada para assumir a posição do chefe. Esse momento não esqueço nunca mais na vida. Ao mesmo tempo em que senti uma grande alegria pela sucessão dela, senti que um grande ciclo chegava ao fim. Senti alívio de não ter um novo chefe desconhecido, daqueles bem “despirocados”, sorry mas não há palavra melhor para esta definição, e eu já tive um ou dois assim, é complicado. Senti orgulho dela. Senti medo da nossa amizade. Senti uma grande alegria em pensar na alegria de Biba (marido dela). Senti que a grande mudança acabava de ser anunciada e com ela tantas outras viriam. E então senti que um grande buraco estava se formando, e tinha nome: era Luís.
Um pouco mais a noite Ernesto ligou para anunciar formalmente, o que ele já sabia que eu sabia, e eu já sabia que ele sabia que eu sabia, resumindo prá ninguém ficar tonto, protocolos são importantes e devem ser cumpridos. Depois de falarmos o quanto estávamos felizes, fiz uma única pergunta: Luís já sabe? Ao que a resposta foi um seco sim, seguido de um conselho, se você é amiga dele, liga amanhã. Obedeci prontamente. No dia seguinte falei com ele, e o que ele fez foi simplesmente me confirmar o que já havia dito antes: ele ia embora.
Aqui nesse ponto me deu uma sensação lendo a primeira versão do texto, que eu estava mais preocupada com Luís do que com Cris. Aí eu tive que reescrever. A idéia não é criar um protagonista e um antagonista, isso não é uma peça de teatro (se bem que não nos faltam textos e personagens rsrs). A verdade é que se Luís fosse o indicado, Cris não iria embora de forma alguma. Mas o contrário, como o que aconteceu de fato, não seria recíproco por conhecer bem a cabeça dessa figura e toda a sua ambição de carreira. Nesse momento é que eu percebo como tenho muito do mundo de Alice na minha vida, querendo que as relações profissionais perdurem e sejam felizes para sempre. Afinal por que Ernesto tinha que ir embora se seu trabalho foi tão importante prá empresa? Por que não podia ficar tudo como estava e...não, não podia, seria uma vida muito sem graça de viver! Como me sinto bem em ver meu chefe tão feliz em voltar como presidente da empresa em seu país, em estar perto da família, com os filhos, com os pais, os amigos. Como ele trabalhou prá merecer isso. E minha querida amiga, como ela está indo bem até mesmo em temas que nós duas tínhamos dúvidas. Tá segura, ta brigona (isso ela sempre foi né). Ela mudou. Subiu pro sexto andar, é quase o Olimpo. Mas na sala dela a nossa foto juntas faz parte da decoração. E como ela me escreveu no final do ano, o que importa em qualquer relação de amizade, de par e de chefe, é a confiança. Diretores novos? Foram 3, os quais carinhosamente chamamos de diretores pica-pau. Eu, Raimar e Eber ficamos á beira dessas mudanças, fazendo a nossa parte, que faz parte do todo. Luís passou por alguns dias nublados. Todos os reconhecimentos foram feitos: o primeiro, lá em SP, por Cris e por Bob, talvez apenas alguns entendam como isso foi importante. O segundo, aqui no Rio, com toda a equipe de cobrança e arrecadação, também muito importante. Não consegui segurar a emoção em nenhuma das duas vezes, foi inevitável o sentimento da perda. Outra cena que não vai sair da minha vida, vai ser a hora em que ele entrou no elevador pra ir embora: eu, JM, Flavia, Wagner e Bas disputando o espaço pra dar um ultimo tchauzinho, o que sinceramente pensando agora, é patético por que ele não morreu, foi atrás dos objetivos da vida dele. Que bom que ele tem e que ele sabe aonde quer chegar, tanta gente que só sabe que quer ir, mas não sabe nem prá onde...Luís ta ótimo, já conseguiu o que queria, ta feliz. Aprendeu, cresceu.
E eu que pensei que o carrinho da montanha russa tinha chegado ao destino final, me surpreendi no início de novembro com o anúncio da saída de Sirufo. No momento que eu soube, pensei: caramba, com quem eu vou brigar agora nessa empresa, sem Luís, sem Sirufo? Hoje precisamente já sei, mas não vou escrever aqui obviamente. Foram algumas despedidas, uma delas, a primeira, durante a convenção de vendas em Angra. Tenho vontade de usar um botton escrito “eu fui à despedida do Sirufo em Angra”, foi bastante emocionante, quem viu, viu, quem não viu, não vê mais e nem imagina. Só não superou o depoimento da filha dele na despedida oficial do Rio, até o mais frio dos homens se comoveu.
O carrinho parou. Eu saltei. Olhei prá trás e nele estava escrito 2009. Andei sentindo o chão ir e vir. Olho pra frente e uma nova história tem que ser escrita. Me dá um frio na barriga e num relance olho prá trás de novo e me lembro do poeta que disse que no fim tudo acaba bem.
Que venha 2010!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Uma banana no meio do caminho
Final de semana após o Natal fomos pra Búzios. Toda vez que a gente vai prá Buzios em família, já é sabido que vai rolar um barraco. Eu acho isso muito chato, mas família é isso mesmo, barraco atrás de barraco. Com certeza em todas as famílias do mundo rolam barracos, mas a gente sempre acha que na nossa é pior. O mais engraçado, se é que isso é engraçado, que normalmente os barracos acontecem no inicio da viagem e não no final. Se fosse no final a gente podia dizer que a culpa era da convivência mas nem é, por que não dá nem tempo de conviver! O climão se instala no primeiro dia e mais pro final já começa a vir um clima de, vamos dizer, faixa de gaza, sabe como é, ninguém invade o espaço por que se não leva tiro!
No dia do barraco eu fiquei na praia me lembrando do Augusto contando pro meu ex esse ano que a minha familia era meio doida mesmo, que tinha uma irma que um dia chegou chorando muito na praia lá em Buzios mesmo, e que ele, Augusto, ficou super preocupado pra saber o que tinha acontecido, mas que logo ele percebeu que nem eu, nem meu pai, nem minha mae, que também estavam na praia, estavam preocupados. Ele foi dar atenção a ela e ela disse a ele que tinha perdido a filha, que não sabia onde ela tava, e chorava, chorava. E ele mesmo disse: mas a sua filha não é aquela ali? Papo de maluco, eu já to super acostumada, e hoje em dia eu conto essas histórias pra frendy e ela morre de rir, e pior, tem sempre uma do lado de lá pra contar também.
No domingo o climão já estava passando e resolvemos ir na banana. Há muitos anos atrás, eu não tinha nem filhos ainda, fomos todos na banana, inclusive papai. Quando a banana virou, fomos todos pro mar. O problema foi subir de novo na banana lá no meio do mar. Não havia meios do papai subir, duas empurravam por baixo e duas puxavam em cima, ele se acabava de rir, a gente também ria, até que o cara da lancha resolveu vir e puxá-lo. Dessa vez papai não foi obviamente, mas fomos eu, Celi e as crianças todas. Na última queda, eu bati a minha cara na cabeça do anjo, resultado, vou romper o ano com um roxo no rosto. Mas valeu a pena! Lavou a alma com água do fundo do mar!
...and so this is christmas!
Novamente é Natal! E esse ano haja comemoração! Foi jantar aqui, jantar em SP, festa aqui, chopada de mães no Chico e Alaíde (que virou prosecada) e amanhã o penúltimo evento do ano que será jantar com Riba, Nata e Mascoutinho. Esse aí só acredito vendo. Vamos ver. Depois a noite de ano novo e...2010!!! Oba, oba, oba!!! Um ano novo, novos ares, novos bebês (da Flávia e da Manu) até os problemas são novos, pelo menos são outros, não é mesmo? Vou tentar postar uma foto de cada evento natalino, o de sampa já postei no pretinho básico.
O Natal aqui em casa é sempre uma data polêmica. Há alguns anos já faço o natal aqui em casa, pelo menos desde que voltei de São Paulo. Minhas irmãs vem e dependendo da saúde do papai, ele vem com a mamãe. Esse ano ele veio, ficou um pouquinho e depois foi embora. Valeu.
Os meninos ficam muito excitados, eles praticamente não se aguentam em ver os presentes na árvore sem poder abrí-los. Na tarde antes do Natal fui tomar banho e quando voltei eles estavam arrumando os presentes fazendo os montinhos de cada um - "prá ficar mais fácil mãe na hora de dar!". Filho anjo ainda acredita piamente no papai Noel. Já filho rei diz que não acredita, mas sei que ele tem dúvidas no final das contas. Eu sou uma pessoa que tenho orgulho de deixar tudo prá última hora. Adoro a adrenalina de ter que comprar vários presentes em pouco tempo, de não achar, depois achar...qual a graça de chegar no dia 24 e não ter nem um presentinho pra comprar?? Coisa sem graça...Enfim, esse ano me esforcei e comprei vários brinquedinhos na Big Apple. Achei que para eles não precisaria comprar mais. Até que na semana passada filho rei, o que acredita mas não sabe, pediu para fazer a cartinha do papai Noel. Filho anjo que ainda não escreve, também pediu. Nem preciso comentar que o que eles pediram não tinha nada a ver com o que eu tinha comprado. Ou seja, lá fui eu me aventurar em comprar novos brinquedos há uma semana do Natal.
Pedi a Natalia pra comprar um dos presentes do anjo, já que é afilhado dela, mas não deu certo. Começei a me preocupar quando ela falou que não tinha em lugar nenhum. Cheguei a pensar que ela não sabia o que era, mas logo vi que não era isso, não tinha mesmo o raio do jogo da baleia que espirra água em nenhuma loja do Rio. E olha que lá na Barra tem é lojinha de brinquedo. Fui em todas e nada. Entrei na internet e dei um busca geral: produto esgotado sem previsão. Cheguei em casa nesse dia e começei a preparar o anjo: "filho olha essa baleia eu acho que não tem mais prá vender". A resposta dele foi: "mãe mas esse brinquedo eu pedi pro papai Noel, não foi prá você. O papai Noel não compra, ele traz lá do Polo Norte no saco". Desnecessário comentar o desespero que se abateu sobre a minha pessoa.
Na terça antes do Natal fiz uma viagem pra SP. Fui no shopping que tem 3 mega lojas e também nada. A reunião que fui era em São Caetano. Estacionamos o carro e até chegar na empresa, tinha uma rua cheia de lojinhas, fui em todas...nada. Me deixaram direto em Congonhas, fui pegar meu check in e no meio do caminho tinha uma lojinha bem pequenininha. A vantagem de ser brasileiro é que a gente não desiste nunca! Perguntei já no descrédito e qual não foi a minha surpresa quando a resposta foi que SIM, NÓS TEMOS A BALEIA!!! A vontade que eu tive foi de pular e gritar na loja que nem no hexacampeonato. Mas me contive. Vim feliz da vida embora prá casa.
Outra boa história desse Natal foi a minha aventura na cozinha. Resolvi que eu faria um dos pratos. Aos poucos tenho me esforçado pra desenvolver esse lado, é difícil, mas eu tento ( já disse que eu sou brasileira né). Como Marelisa não come carne nem frango (pessoa fácil), resolvi fazer o salmão que comi na casa da frendy outro dia. Liguei pra ela e pedi a receita. Tão bonitinho ela falando prá mim "o segredo desse prato é embrulhar o salmão no papel laminado prá ele não ressecar". Parecia aquele papo de cotinha, deu até prá imaginar as duas com pano de prato amarrado na cintura e cabelo preso com lenço. Só tenho a dizer que meu salmão ficou uma delícia!! Todos comeram!! O pobre do chester nem foi tocado. Filho rei adorou, só não gostou muito quando alguém falou...Ih sua mãe agora já pode casar! A cara dele fechou.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Pretinho básico
Antonio veio ao Brasil
Depois de quase 6 anos que não o via, Antonio veio ao Brasil. Não veio de férias nem a trabalho. O que lhe trouxe aqui foi um motivo bastante desagradável, mas como temos que ver o lado positivo de tudo na vida, digamos que esse foi o fato de termos conseguido nos encontrar nos poucos dias em que estiveram aqui (ele e Asunción). Na quinta feira era festa da companhia, a qual não podia deixar de ir. Fui, apareci, tirei algumas fotos prá posteridade (é assim que se escreve?) e depois fui correndo encontrar com eles no lobby do hotel. Ficamos conversando por muitas horas, engraçado que depois de tantos anos ainda mantemos a mesma sintonia, principalmente nas piadas. Antonio continua mal humorado, como reclama, mas no final sempre dá aquele sorrizinho maroto. Foi ótimo ver os dois, quem sabe da próxima nos encontramos em Madrid.
E no meio do casamento, o hexacampeonato
Aqui já tinha tomado banho...
Como diria Luciano Huck, "loucura, loucura, loucura"! Inacreditável que o Flamengo foi hexacampeão quando eu estava na Bahia. Aliás, eu devo ter sido baiana em algum momento da minha vida, muitas coisas boas me acontecem na Bahia, ou a partir dela. Quando eu marquei a viagem para Bahia, o Flamengo estava indo ladeira abaixo na tabela, tinha perdido pro Avaí, ou seja, esperança zero de estar entre os que poderiam ganhar o título.
Não é a primeira vez que eu estou fora no meu entorno esportivo em um grande jogo. A final da copa do mundo de 94 era no dia de uma viagem prá Chicago. Se o jogo tivesse terminado no tempo normal, teria conseguido ver tudo. Mas como foi pra prorrogação e penaltis não deu. Peguei meu táxi (ninguém se habilitou em me levar) e fui pro Galeão. Vi as cobranças numa micro tv e quando terminou estava abraçada com o pessoal da limpeza. Cheguei no dia seguinte em Chicago vestindo a camisa do Brasil, entrei na limo e tinha o Chicago Tribune com o seguinte destaque: "Worst World Cup Ever". Nunca esqueci. Criticavam o fato do jogo ter sido zero a zero e ter terminado em penalti. Gente ignorante. Xáprálá.
Continuando...por conta dessa história, algo me dizia que o Flamengo ia ser campeão, melhor, hexacampeão. Fui prá Bahia com minha bandeira e minha camisa brand new. 15 minutos antes do jogo, a nossa comida ainda não havia chegado no restaurante. Eu pedi licença às meninas e fui pro meu quarto ver o jogo. Alguém falou: vamos ver juntos? Não. Esse tipo de jogo eu prefiro ver sozinha. Cheguei em cima da hora, não deu tempo de tomar banho, pelo menos meu biquini era vermelho e preto. Me enrolei na bandeira que nem um sushi de alga e fiquei ali sofrendo.
Não vou relatar aqui o sofrimento todo, mas alguns momentos foram marcantes. No intervalo achei que esse negócio de sushi não tava dando certo, tomei banho rapidinho e vesti minha camisa, deixei a bandeira de sarongui. No segundo tempo quando estava empatado o jogo, Cris mandou uma mensagem dizendo que ela e Biba estavam torcendo pelo Flamengo. E eu respondi um palavrão (que eu não vou publicar aqui mas o sentido foi dizer que estava difícil...). Aí ela respondeu de novo: Biba está dizendo prá vc ter paciência, vai virar. Rapaz, deu 5 minutos e o Argelin marcou. Inacreditável! Ela ligou mas eu gritava tanto que nem ouvi o que ela disse. Logo depois chegou Fabi no quarto, o jogo não tinha terminado, fiquei com receio dela ser pé frio, mandei ela tomar logo banho. Ela ficou andando prá lá e prá cá...não entrava no banheiro. Eu tive que pedi: Fabi pelo amor de Deus entra nesse banheiro! Ela olhou prá mim e disse: Credo! Você tá esquisita, tô com medo de você, vou tomar banho.
Acabou o jogo e foi a coisa mais linda ver aquele Maracanã todo rubro-negro. Eu pulava de uma cama prá outra, gritava, chorava. Flávia ligou e enquanto falava comigo sobre o jogo, o irmão dela ligou de Curitiba prá dizer que a mãe dela estava no estádio vendo o jogo do Fluminense. Caraca Flávia tá a maior quebradeira lá no estádio! Ela muito calmamente me disse: pois esse é o ponto, peraí que eu vou ter que entender bem o que tá acontecendo.
Agora me diga você que é rubro-negro: havia alguma condição de não levar o manto sagrado ao casamento??? Não né. Os noivos adoraram!
Fiquei feliz pois tudo saiu bem pros cariocas, tendo sido o Mengão o grande campeão do ano. Muito triste foi ver algumas imagens do Leblon. Quando cheguei em casa na segunda a noite, filho rei me disse que tinha todos os tipos de flamenguistas na rua, tinha "até flamenguista morto". Chato né? A festa poderia ter sido só de alegria.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
A micareta de casamento de Ariane e Rômulo
A despedida na feijoada
A felicidade de Rômulo em ser hexacampeão!
a emoção do casal Ari e Rômulo
Aqui com Ernesto e Maria Eugenia
eu logo depois de jogar as flores no mar
Ari e eu no luau
Eli, eu e Ale no tuk tuk indo pro luau
aqui Ernesto e Cris levantando na hora que chegamos no restaurante do Gomes
Eli, eu, Sr Gerson e Fabi chegando na Praia do Forte
Gente antes de mais nada quero avisar que esse é um longo post. Até por que como o próprio nome já diz, tenho que contar aqui todos os dias dessa micareta de casamento. Portanto se vocês não estão com paciência, não leiam. Passem aqui outra hora, mas não deixem de ler. São ótimas histórias.
Prá alguns que não conhecem, Ariane trabalha comigo há alguns anos. Ela é baiana, já morou em POA, em Sampa e sua última estada foi Madrid (mais uma glamourosa prá minha relação). Rômulo é espanhol, morava em Madrid, e o cupido que flechou os dois pelo jeito também tava morando por lá nessa época, assim tudo ficou mais fácil. Ari me disse uma das coisas que mais me marcou após a minha separação. Eu tava namorando ex-eleito já há algum tempo e disse a ela que embora eu gostasse dele, não era apaixonada, apaixonada, daquele jeito de perder o chão. Ela me olhou e disse: Patty isso não vai mais acontecer, a gente já tá numa idade que não perde mais o chão, não faz loucura (favor não confundir loucura com sexo selvagem), a gente vai gostar de outra pessoa, mas paixão não vai mais existir. Ari também era separada como eu e da mesma idade. Eu fiquei tão perplexa com essas palavras, afinal havia um certo sentido mesmo, e de repente achei que eu ainda vivia no mundo de Alice quase aos 40 anos. Ufa! Que bom que eu estava errada! Não por mim por que infelizmente não estou apaixonada por ninguém, mas por Ari que encontrou em Rômulo o grande amor de sua vida. E que amor!
Agora que já fiz um resumé de Ari e Rômulo, vamos dar inícios aos trabalhos, digo, as histórias da micareta de casamento. Micareta por que como baiano e espanhol são festeiros, o casamento durou exatos 3 dias, festa em todos eles. No blog do casamento (isso mesmo, eles fizeram um blog) Ari fazia menção às festas ibizencas, mas isso era pros espanhóis entenderem. Na verdade mesmo ela tinha que ter explicado que as micaretas nasceram na Bahia. Mas tudo bem, dessa parte nós nos encarregamos ao longo do casamento.
Esse casamento exigiu grandes preparações. Prá começar foi todo realizado na Praia do Forte, Bahia. As festas foram divididas em 3 dias da seguinte forma: luau as 6 da tarde em casa na praia mais linda do Forte (todo mundo de branco), boda com padre no jardim da pousada seguida de festa (e que festa!) e feijoada na piscina no último dia. Portanto foi necessário reserva antecipada de vôos, pousada, roupas para todos os dias etc. Um parentesis aqui que Fabi vai me matar, mas todo mundo já soube e agora preciso escrever...lá pelos idos de setembro quando começamos a falar de reservas, falei com Fabi prá dividirmos o quarto da pousada e essa comédia em forma de gente me disse que não ia dividir por que tinha certeza que estaria namorando na época do casamento. Como muitos aqui sabem, em setembro eu passei por aquele processo "extreme makeover", portanto se tinha uma coisa que eu tinha certeza é que não estaria com ninguém na época do casamento. Falei com Ari e acabei acertando tudo com Ale para dividirmos o quarto. Algum tempo depois Fabi ligou e disse que áquela altura (novembro) tinha mais esperanças de encontrar alguém no casamento do que antes dele. Aí foi uma confusão, transforma o quarto em triplo, depois Eliana resolveu ir, muda tudo prá dois duplos, fizemos tantas mudanças que eu considero um milagre não termos tido qualquer problema na pousada. Fecha parêntesis.
Não tinham 24 horas que eu havia chegado de NY, e já estava a caminho de Salvador. No aeroporto mesmo tiramos as primeiras fotos. Um motorista, Sr. Gerson, nos levou até a pousada. Coitado, ouviu tanta besteira, mas tanta besteira, que resolvemos tirar uma foto com esse santo. Tá postada aqui.
Assim que chegamos fomos prá praia encontrar o povo que já se encontrava lá. Vou postar uma foto muito legal aqui, no momento que chegamos ao restaurante do Gomes, dentro do projeto TAMAR, Cris e Ernesto levantando prá falar com a gente, ficou super legal! Comemos muito e obviamente bebemos bastante, até que alguém falou assim, gente vamos embora que já está quase na hora do luau, não vamos esquecer que estamos aqui no paraíso por conta do casamento.
Para o luau utilizamos um meio de transporte chino-baiano chamado tuk tuk, tambem vou postar fotos. No nosso tuk tuk Ale resolveu ajudar o menino e pedalar junto. No início foi toda empolgação. De repente bateu um vento e o vestido dela puft! foi lá em cima, ela falou pro menino, "moço não dá prá ficar pelada aqui no tuk tuk, né, eu tentei mas o senhor vai ter que pedalar sozinho".
Desnecessário comentar que o luau estava lindo!! Baianas fazendo acarajé, cocadas, um buffet maravilhoso, muita música sem axé por que embora estivéssemos na Bahia, Rômulo não curte. As vezes tocavam músicas espanholas, as vezes brasileiras. E os grupinhos se revezavam na pista conforme a nacionalidade. Todos de branco, andamos até o mar e lançamos as rosas brancas, voltamos prá casa, mais um pouquinho de dança e tuk tuk de volta pra pousada. Tinha um festival de jazz na praia do forte com Carlinhos Brown, os espanhóis foram, mas nós não tínhamos força e fomos todos mimi.
Dia seguinte, sol escaldante. Aquele café da manhã baiano com direito a tapioca. Eu tenho convicção que se morasse no Nordeste teria alguns quilos a mais. E fomos todos rumo a praia. Que delícia aquele mar quente, água limpa, cadeira com barraca, muito camarão, cerveja, fotos, estávamos ali sem dúvida alguma pelo casamento, mas aquilo foi um balsamo pra correria dos últimos tempos. Teve um pessoal que foi embora e aí chegaram os espanhóis que ficaram nossos amigos, eram 2 Fernandos e um Oscar, mas a essa altura a gente chamava todo mundo de Fernando prá ter mais chance de acerto. A Ida (que também trabalhou com a gente e nos últimos anos trabalhava em Madrid) conhecia bem eles e começaram uma conversa sobre alguém que não conhecíamos. Eles se referiam à pessoa com um nome em espanhol que não entendemos e aí perguntei o que era, a Ida respondeu: " é a mesma coisa que galinha". E aí começou um tal de contar história de um, de outro, a gente entendia metade, eles também, mas era tanta cerveja que mesmo que falássemos o mesmo idioma seria difícil capturar toda a informação. Um dos Fernandos me perguntou: como se chama o cara que fica com uma mulher aqui outra ali e não resolve com quem quer ficar? E eu com muita cerveja e muito convicta respondi prontamente sem pestanejar: filho da puta. Não precisou de tradução, ele entendeu muito bem.
Saímos da praia e fomos almoçar antes da preparação para boda. Eles almoçaram e eu fui direto pro meu quartinho assistir ao jogo do meu hexacampeão mengão, o qual não vou contar aqui, fica prá outro post, prá não misturarmos os temas. Vamos pular direto pra boda.
Há muito tempo não via tanta emoção num casamento. E pelo fato da história de Ari, os comentários dela e tudo que ela pensava sobre o amor, não poderia ser diferente. Os dois no altar de mãos dadas, olho no olho, jurando com tanta intensidade, tantas lágrimas, não deu prá segurar a emoção, ainda bem que eu tinha levado meu bandeirão do flamengo e pude enxugá-las. Perguntei à Rômulo se ele tinha time no Brasil, ele titubeou, falou do São Paulo, e antes que ele pensasse em algo mais, tirei uma foto nossa com a bandeira e disse a ele: agora você já tem time e pode provar!
No meio do casamento, um dos Fernandos, o qual Biba passou a chamar de pele vermelha (ele ficou bem queimado na praia) me surpreendeu como poucos. Foi ao centro da pista de dança, pediu o microfone, e ali na frente de tanta gente conhecida e desconhecida, falando em espanhol, falou de como Rômulo era seu grande amigo, como sentirá a sua falta, como ele estava ali naquela hora olhando para o casal e vendo uma única pessoa. Gente, que homem! Sem brincadeira, que atitude. Tão difícil pessoas com atitude, ainda mais em público, fiquei encantada! (acho que eu to meio sem referencia ultimamente).
Dançamos muito até quase 3 horas da manhã. A brasileirada acabada debandou. Eu e as meninas estávamos indo embora quando ninguém mais, ninguém menos que Fernando Pele Vermelha fez sua abordagem: Patrícia hombre no podeis ir a dormir, tenemos que bailar por toda la noche hasta que sea claro afinal Flamengo és el campeón! Eu olhei prá Ale e ela não pensou duas vezes. Vamu ficá!! Fabi foi deitar na espreguiçadeira. Eu e Ale dançamos com os espanhóis (tinham uns 40) até quase 5 da manha! O DJ foi embora lá pelas 4 mas os espanhóis não desistiram, começaram a cantar no gogó e era muito hilário por que eu e Ale não sabiamos nenhuma música, mas cantavamos os refrões. Tinha uma que era muito fácil, ficava só no "que si, que no, que si, que no".
O duro de dormir as 5 da manhã de uma segunda feriado na Bahia é que Rio e São Paulo trabalham normalmente e uma hora mais tarde, ou seja, as 8 da Bahia eu já tava atendendo o celular, completamente zonza. A feijoada foi rápida, quase todos voltavam neste dia. Estava deliciosa.
Bom queridos que aguentaram ler até aqui, posso dizer que amei essa viagem, o casamento, ser testemunha do amor de Ari e Rômulo, festejar, rir, chorar, não tem como esquecer, nem quero, ao contrário, quero lembrar todos os dias que o amor chega quando a gente menos espera.
Assinar:
Postagens (Atom)