terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Novela mexicana com direito a dialeto maia

Na quarta a noite, como estava escrito nas estrelas (não de São Paulo pois lá não tem), fui para o aeroporto pegar o vôo da "aeromérrico" com destino a Cancun. O vôo tinha escala. Na verdade não era escala, era conexão. Até que o serviço da "aeromérrico" não é ruim, e a cadeira reclina mais do que as da Gol. Chegamos em Cancun quase as onze da manhã, não consegui pregar o olho a noite toda. Eu confesso a todos que o que mais me encantou em ir para Cancun não foi a possibilidade de ter um novo sistema (novo e que funciona), mas ter duas noites de descanso e quem sabe até, dois dias menos corridos, com diferentes ares. Mas logo ali naquele primeiro momento, dentro do mega resort que estávamos, percebi que isso seria uma doce ilusão.
Mal entrei no quarto, me deu vontade de ir ao banheiro. To ali sentadinha e toca o telefone do quarto. O telefone era bem localizado e pude atender tranquilamente, se é que isso é possível.
- Hola paty que tal? Estamos todos acá, viene pronto para comermos!
- ok - disse eu super hiper entusiasmada, com a certeza que seriam dias difíceis.
Fomos almoçar ali mesmo nos restaurantes do resort e depois fomos diretamente para o centro de convenções. De lá só saí as oito da noite, completamente vesga de sono. Fomos ainda jantar em outro restaurante do resort, mas o meu sono era tanto, que eu odiei a comida, odiei as pessoas, meu networking foi exclusivamente com o garçom. Tentei ainda ser um pouco sociável já que o presidente da empresa estava na minha mesa (ou será que eu é que estava na mesa dele?), mas lembro bem que quando olhei no relógio e vi que eram 3 horas da manha no Brasil, pedi licença e sair pra dormir (atenção, aqui foi pra dormir mesmo!).
O dia seguinte começou cedo. Com a diferença do fuso, a primeira vez que acordei eram sete e meia do Brasil, quatro e meia do México. E assim foi até a hora que desisti e fui tomar café. Ai que delícia o café da manha destes resorts!!! Tinha waffles, panquecas americanas, croissants, pães, frios, uma loucura!!
A primeira apresentação começou as nove, e a última foi as sete da noite. Saí um bagaço. Tinha um jantar num lugar "pitoresco" chamada Cenote de Clausura. Saímos muito em cima da hora e fomos direto para lá. Assim que a gente chegou, recebi um tubo de OFF, o qual me foi fortemente recomendado o uso imediato. Sentei ao lado do Joe, um garotão de 30 anos que fez uma das apresentações. Perguntei se ele sabia sobre o que seria o show e aí ele me disse o seguinte:
- Vai ser um show muito legal, eles vão apresentar uma cena de culto aos animais totalmente falada no antigo dialeto dos maias...eu não vou conseguir entender por que só falo inglês, mas como você fala português talvez entenda alguma coisa...
Nesse momento eu me voltei para o Adriano, que estava sentado ao meu lado, e perguntei prá ele:
- Será que ele tá me sacaneando? Como é que eu vou entender o antigo dialeto maia? E quem é que sabe que isso aí que eles vão falar é mesmo o antigo dialeto maia? Pode ser qualquer coisa!
- Patrícia, ele não tá te sacaneando, isso faz parte da ignorância americana, eu tenho pena...
O show foi horrível. Nem os mais animados, mais cultos, mais interessados, ninguém achou bom.
O Joe virou pra mim e disse que "entendeu o final" e eu disse a ele que o cara agradeceu em espanhol, por isso ele tinha "entendido". É muita ignorância mesmo!!
No dia seguinte seria enfim uma manhã livre. Fomos a Tulum ver as ruínas perto do mar, muito lindo, isso sim valeu a pena! Dei uma conferida na praia do hotel e no spa. Depois foi a via sacra da volta, vôo atrasado, free shop fechado para obras, turbulência da Guatemala a Cuiabá, última cadeira do avião...
Agora, a melhor coisa da viagem foi voltar para os meus, e a segunda melhor coisa, foi chegar junto com o segundo gol do Flamengo! Como diria Augusto, antes Tardelli do que nunca...

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