segunda-feira, 29 de junho de 2009

Uma despedida sem precedentes

Na última sexta feira foi a festinha de despedida do Dr. Escobar aqui da empresa. Depois de sessenta e tantos anos de vida, ele resolveu, segundo ele mesmo, aposentar de vez! O meu contato com o Dr. Escobar nunca foi muito frequente. No inicio, quando ele veio do RS prá cá, tivemos mais contato por que eramos ambos atuando para o Rio e ES. Depois eu fui pra SP e ele ficou por aqui cuidando do resto do Brasil. Mas sempre gostei muito dele, a calma, senioridade, tranquilidade e obviamente o conhecimento "juridiquês" sempre fizeram dele uma pessoa diferenciada.
Pois bem, na sexta fui despretensiosamente pra festinha, contando os minutos pra ir embora já que era meu dia com los chicos. A equipe dele fez um filme com diversos depoimentos. Depoimentos demais pra falar a verdade. Foram quase 50 minutos de "que vc seja muito feliz, vamos sentir sua falta etc etc" o que pra ele foi sem dúvida uma grande homenagem, mais do que merecida. Eu pensei em sair no meio do filme mas resolvi ficar e ouvir o que ele diria ao final. Ainda bem fiquei. Vou tentar reproduzir aqui parte das memoráveis palavras dele.
"Depois de tantos anos, eu já tinha mais de 50 anos, me chamaram pra vir pro Rio trabalhar aqui com vocês. Eu perguntei por que, por que eu, o que vocês esperam de mim lá? E aí me disseram: que você seja o que é, verdadeiro! Seja somente isso: verdadeiro. E o resto se adequa. Essa sempre foi a base da minha vida, das minhas atitudes. O mundo não é o que ele é, mas sim o que nós somos, o que nós escolhemos ser. Eu tive quatro desafios na minha vida (e aqui um parêntesis meu, achei que ele ia se referir ao tempo em que foi prefeito no interior do RS, ou quando veio pro Rio...) foram eles: Daniela (a atriz), Giovana, Marcelo e João. Meus quatro filhos. Sempre disse a eles isso: sejam verdadeiros, acima de tudo, a verdade. Orientei todos eles da mesma forma, com essa base. E agora tenho o pequeno João de 9 anos, que tem assim como os demais tiveram, todo o direito do mundo de ter um pai pra lhe ensinar, mesmo esse pai sendo um sexagenário. Nunca escolhi amigo pelo time de futebol, ou pelo partido político, ou qualquer outro valor, que não fosse o mesmo que eu me propunha sendo verdadeiro. E isso que falei e falo aos meus filhos, agora falo aqui pra vocês que ficam."
Desnecessário comentar que eu fiquei completamente emocionada com esse discurso. Não só eu, muitos ficaram. Engraçado que, como muitos dos meus leitores aqui sabem (e não é a toa que tenho um blog), a escrita sempre foi uma paixão comedida. Eu fiz o texto da despedida de Arcádio e Idalina, fiz o texto de final de ano da minha equipe, fiz o texto do aniversário de Cris e alguns anos depois dos 40 anos de Biba, e neste momento já tenho várias idéias para a despedida de Ernesto, quando isso acontecer. Em nenhuma destas eu me emocionei. Talvez por que tenha escrito, lido e relido duzentas vezes. Não sei. Vi um número sem fim de despedidas e não me lembro de ter me emocionado em uma única sequer, a não ser a que fizeram pra mim em SP mas obviamente essa foi diferente. As palavras ditas ali pelo Dr Escobar tinham uma profundidade tal que não pude resistir. E de alguma forma eu sinto que vou pelo mesmo caminho. Fiz algumas escolhas erradas na vida, mas olhando hoje para os poucos e bons amigos que tenho, percebo que nessa escolha eu não errei e sou imensamente feliz por saber que eles são tão verdadeiros comigo, como sou com eles.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nando Reis

Eu já tive meus momentos Fabio Jr, Paulinho da Viola mas definitivamente 2009 eu tô no momento Nando Reis! Impressionante como eu me identifico com as músicas dele, ou pelo menos, neste MOMENTO, eu me identifico. O primeiro show que vi dele foi em março desse ano, lá na Fundição. Fui eu e Marelisa. Foi primeiro o show dele e depois o show do Frejat, que também diga-se de passagem, foi maravilhoso. Sábado passado Nando tava no Canecão e lá fui eu atrás dele, dessa vez fui com Flavita. O nome do show é Drês e foi feito para essa ex namorada dele chamada Adriana (Dri + 3 = Drês, não me perguntem o que é o 3 por que eu não sei, vi isso no jornal). Muitas músicas novas mas como eu estava lá (eu e minha modéstia) ele cantou as músicas antigas que eu amo e que escrevo aqui por que, de alguma forma, estão dentro de mim:
Ainda não passou
Triste é não chorar/Sim eu também chorei/E não, não há nenhum remédio/Pra curar essa dor/Que ainda não passou/Mas vai passar!/A dor que nos machucou/E não, não há nenhum relógio pra fazer voltar... O tempo voa!
Por onde andei?
Desculpe Estou um pouco atrasado/Mas espero que ainda dê tempo/De dizer que andei Errado e eu entendo/As suas queixas tão justificáveis/E a falta que eu fiz nessa semana/Coisas que pareceriam óbvias/Até pra uma criança/Por onde andei?/Enquanto você me procurava/Será que eu sei?Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava...
All Star - essa que eu mais amo e que canto com filho rei
Estranho é gostar tanto do seu all star azul/Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras/Satisfeito sorri /quando chego ali /e entro no elevador /Aperto o 12 que é o seu andar/ não vejo a hora de te reencontrar/E continuar aquela conversa/Que não terminamos ontem ficou pra hoje
Relicário
É uma índia com colar/A tarde linda que não quer se pôr/Dançam as ilhas sobre o mar/Sua cartilha tem o A de que cor?/O que está acontecendo?/O mundo está ao contrário e ninguém reparou/O que está acontecendo?/Eu estava em paz quando você chegou
E outras tantas como esta Sutilmente que o skank vem cantando mas é dele. Teve uma que cantou e é nova, não achei a letra, chama "mãe". A letra é linda e no show ele passa uma série de fotos da mãe dele, que faleceu não sei quando. Foi uma emoção.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um aniversário nas nuvens

Na noite que antecedeu o meu aniversário estava em San Francisco, ou Frisco, para os íntimos. Um amigo do meu ex marido mora lá já há 20 anos e me chamou para irmos a um show. Um lugar bem típico dos Estados Unidos, barzinho, todo em madeira escura, mezanino e um palco relativamente pequeno pra quantidade de instrumentos que tinha em cima dele. A banda bastante peculiar com um cantor com peruca rosa, parecia um poodle, o guitarrista com uma peruca preta, os outros mais "normais". Como meu ex marido não lê o meu blog, posso comentar: esse amigo dele era, digamos assim, meio mala sem alça. Sabe aquele brasileiro que já se acha americano e quer que você perceba isso??´? É mais ou menos por aí...Mas beleza, o cara foi nota mil, primeiro fomos jantar e depois fomos pra esse bar. Ficamos dançando e de repente ele sumiu! Fiquei tentando procurar com os olhos, por que o bar não era tão grande assim. Enquanto eu estava nessa missão, ouvi o cantor chamar: Patricia where are you? Come here! Olhei pro palco e tava esse amigo (da onça) rindo pra mim. E o cantor insistiu, falou até o meu sobrenome. E aí lá fui eu pagar o meu mico de aniversário. Subi no palco, ele perguntou meu nome, o que tava fazendo em San Francisco, da onde eu era, e falou que ia cantar o parabéns pra vc! Todos cantaram e eu quase morri de vergonha. Tinha umas meninas no gargarejo que ficavam dando a mão pra eu bater, tipo bem americano mesmo. Caraca, que situação. Mas aí eu desci, quase matei o Djalma (esse "amigo") e continuei dançando, por que a banda era boa mesmo e tocavam músicas bem legais das antigas. De repente, nova interrupção. O cantor chamou outras aniversariantes do dia. O mico delas já foi um pouco maior. Elas tiveram que cantar uma música com ele, eu acho que era do Marillion, não sei. Voltamos ao dancing novamente e enquanto eu dançava, o "amigo" ficava fazendo ronda, ronda mesmo tipo guarda, em todo mundo que tava ali. Dava em cima de uma, de outra, uma aproach bem agressivo. E eu curtindo o dancing. Daqui a pouco, nova interrupção: mais duas aniversariantes. Dessa vez tive a certeza que o meu mico tinha sido pro meu tamanho mesmo: ele pediu para as duas meninas se beijarem! É isso mesmo! Beijo na boca, mulé com mulé. Nunca se viram! Quando desceram cada uma foi prum lado, eu fiquei observando por que não tava acreditando. E o pior é que elas se beijaram! Fiquei chocada. Deu uns 5 minutos e eu falei pro "amigo" que eu ia embora, tava cansada. Ele me levou até o táxi e fui pro hotel. 2 horas depois acordei (as 3 e meia da manha), me arrumei e fui pro aeroporto, começar o meu aniversário mesmo nas nuvens: um voo de seis horas de San Francisco pra Miami, com direito a muitas turbulências. Assim que foi liberado o celular quando chegamos em Miami, liguei o bichinho até por que tava querendo saber se as pessoas estavam me ligando: quase morri de vergonha. Entraram uns 15 sms fazendo aquele sinal chatinho. Todo mundo ficou olhando...nem tinham acabado os sinais quando tocou o celular ainda dentro do avião e era darling! Sentiu o cheiro! Adorei, darling sempre alto astral e com tanto carinho comigo! Só paramos de falar quando eu já estava no gate da TAM pra fazer check in...De noite mais umas 9 horas de voo e finalmente cheguei em casa! Saudades de tudo e de todos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

San Francisco - lá fui eu


Na primeira semana de junho fui para San Francisco (acho que quem acompanha o blog lembra que falei que 2009 era o ano das viagens). Foi uma viagem a trabalho mega super interessante. O evento era uma convenção para mercados emergentes promovida pela Merril Lynch. Durante 3 dias fizemos 22 reuniões, das 8 as 4 da tarde, incluindo o lunch time. Isso é uma coisa muito chata você ter que comer respondendo, mas ok, considerando as convenções que Cris e Luis André foram em Nova York, eu me dei bem. A convenção foi super organizada, saca aquela coisa de transfer do aeroporto, super buffet de almoço e lanche, agenda de cada dia de uma cor diferente. Muito legal. A questão que mais me impressionou foi a segurança do Raimar em repetir, no nosso caso 22 vezes, as mesmas respostas sem faltar e nem adicionar nada. Tem uma particularidade bastante importante pra quando a gente não sabe ou não pode responder o que perguntam: é só falar we dont disclose. Eu adorei isso. Ernesto foi também. Saímos pra jantar dois dias, um dia com o pessoal da ML e outro só nós 3. Dei alguns pitacos naquilo que mais me toca que são os custos comerciais, as campanhas, a força de venda indireta. No início fiquei meio tímida mas depois fui pegando mais confiança no inglês e no "we dont disclose" (sabe como eu sou né, se me der linha eu saio falando mesmo!). No último dia, última reunião (eu louca pra acabar e ir fazer comprinhas), o investidor entrou na sala e tocou ao mesmo tempo o celular do Raimar. Ele disse: toca aí que eu preciso resolver isso. Senti um frio subindo pela espinha. Olhei pro cara e começei a falar trechos de tudo que eu ouvi nas outras 21 reuniões, utilizando obviamente as expressões em inglês que tinham mais me chamado a atenção "we are netwinners in number portability for post paid and corporate" Adorei essa. Passaram-se os 8 minutos mais longos da minha vida até que finalmente Raimar voltou e assumiu o comando da nau. Neste dia a noite fomos jantar com o pessoal da ML e uns malas da Petrobrás. De lá fomos pra uma boite chamada Infusion, foi ótimo, dançamos muito e a galera bebeu todas. Eu não bebi nada, nem água. Lá pelas tantas fui embora com uma analista, deixei a galera pra trás . A foto neste post é com Mauricio, que é o responsavel da ML no Brasil para telecom. Super gente boa e ótimo interprete: imita o Ernesto como ninguém.

Por que acabou-se o que era doce

Hoje resolvi voltar a escrever no blog. Meu sempre amado blog. Companheiro mais fiel nos momentos solitários. A minha última história aqui foi escrita no dia 25 de março. Dia 26 de março foi um dia bastante importante, reencontrei uma pessoa super especial passados quase 19 anos. Reencontrei em mim mesmo uma alegria esfuziante, eu mesmo podia sentir o brilho dos meus olhos, a aceleração do meu coração. Pintei a vida de cor-de-rosa, me entreguei á paixão como somente os adolescentes fazem. Ganhei o céu e quando vi, estava sem o chão. Acontece. Como diz aquela minha amiga loira cheia de frases de efeito: foi um vento forte que passou, bagunçou os cabelos e a roupa. Aí você tem que ir pra casa, se arrumar toda de novo, pentear os cabelos e pronto. É isso aí.